31 de jan. de 2019

Espaço Musical: Absurdo

Os impactos ambientais em todo o mundo vem sendo algo constante, mesmo diante tantas reflexões ecológicas. Dos grandes crimes ambientais as destruições em massa da Natureza, nos mostram como a falta de humanidade com o Planeta é constante. A canção Absurdo de Vanessa da Mata é uma ótima reflexão diante destes impactos.

Álbum Sim - Vanessa da Mata - 2007
Os avanços das tecnologias e das ciências são grandes marcos da sociedade capitalista moderna. Tais avanços contribuíram para o desenvolvimento econômico e humano em todo o planeta. Mas também um outro olhar, mais crítico e negativo dos avanços do desenvolvimento da Era Moderna.
O sociólogo alemão Ulrich Beck (1944-2015) publicou na década de 1980 uma das suas principais obras, o livro Risikogesellschaft (1986), trazendo a reflexão sociológica da Sociedade de Risco. A teoria provocada por Beck ganhou maior dimensão principalmente pela tragédia nuclear de Chernobyl, na Ucrânia meses depois da publicação do livro.
Livro - Sociedade de risco - Beck -1986 
Reflexões como a de Beck diante a análise dos avanços da sociedade moderna industrial, trazendo como resultados riscos como os socioambientais, contribui para maior conscientização dos impactos humanos diante o planeta Terra. Discursões como estas envolve uma interdisciplinaridade, e um grande desafio diante o conceito de desenvolvimento empregado na sociedade capitalista moderna.
Falar de aquecimento global, e os impactos do desenvolvimento econômico e do consumismo é ir de frente com o pensamento e a ganância humana presente na ideia de poder e status. Podemos também refletir a alienação do indivíduo diante os avanços da ciência e das tecnologias. Para Theodor Adorno (1903 - 1969) e Max Horkheimer (1895 - 1973)  na obra  Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos (1947) promove uma reflexão crítica ao fenômeno denominado de Razão Instrumental, no qual chama atenção da alienação humana diante o campo da racionalidade no mundo moderno.
Tais leituras são reflexões de compreender o afastamento do ser humano com a natureza, criando um complexo de superioridade de nós humanos diante todo o planeta, e ao mesmo tempo criando um sentido de descarte dos recursos naturais.
A canção Absurdo do álbum Sim (2007) da cantora e compositora Vanessa da Mata, traz em sua letra uma provocativa diante este descaso com a Natureza. Observar as tragédias e os crimes ambientais presentes cada vez mais no Brasil e no mundo, é mostrar o quanto o termo de desenvolvimento capitalista se torna falido no sentido humano. A cantora nos incomoda ao refletir tais questões, com uma bela melodia e uma letra marcante.  

Confira abaixo a canção:
Absurdo
Cantora e Compositora: Vanessa da Mata

Havia tanto pra lhe contar
A natureza
Mudava a forma o estado e o lugar
Era absurdo

Havia tanto pra lhe mostrar
Era tão belo
Mas olhe agora o estrago em que está

Tapetes fartos de folhas e flores
O chão do mundo se varre aqui
Essa idéia do natural ser sujo
Do inorgânico não se faz

Destruição é reflexo do humano
Se a ambição desumana o Ser
Essa imagem infértil do deserto
Nunca pensei que chegasse aqui

Auto-destrutivos,
Falsas vitimas nocivas?

Havia tanto pra aproveitar
Sem poderio
Tantas histórias, tantos sabores
Capins dourados

Havia tanto pra respirar
Era tão fino
Naqueles rios a gente banhava

Desmatam tudo e reclamam do tempo
Que ironia conflitante ser
Desequilíbrio que alimenta as pragas
Alterado grão, alterado pão

Sujamos rios, dependemos das águas
Tanto faz os meios violentos
Luxúria é ética do perverso vivo
Morto por dinheiro

Cores, tantas cores
Tais belezas
Foram-se
Versos e estrelas
Tantas fadas que eu não vi

Falsos bens, progresso?
Com a mãe, ingratidão
Deram o galinheiro
Pra raposa vigiar

23 de jan. de 2019

Espaço Musical: Se Liga Aí.

Em 23 de janeiro é declarado pela ONU junto a UNESCO, o Dia Mundial da Liberdade. Uma palavra de peso que nos eleva a várias reflexões diante o seu conceito. A Liberdade se torna uma grande problemática filosófica diante o seu real sentido e estado de permanência. Na canção Se Liga Aí, Gabriel Pensador nos provoca esta reflexão. 

Gabriel, O Pensador
Conceituar o termo Liberdade é promover uma grande problemática filosófica, que perpassa por grandes pensadores como Descartes. O filósofo René Descartes (1596 - 1650), menciona que a liberdade está diante a ação de quem melhor compreende as alternativas que precedem a escolha. Outro grande filósofo é Immanuel Kant (1724 - 1804), o prussiano Kant, menciona que a liberdade se relaciona com a autonomia, onde liberdade e livre arbítrio se torna a mesma coisa, ou seja, parte da autonomia do indivíduo de conduzi suas próprias leis.
Já em uma leitura marxista diante a influência de Hegel, o filósofo alemão Karl Marx (1818 - 1883), parte do senso crítico da liberdade no campo da metafísica, para compreender a liberdade humana sob a ótica do mundo material. Para Marx a liberdade está associada na manifestação da prática do indivíduo diante sua própria produção.
Estas reflexões servem para nos provocar nos tempos atuais diante o conceito de Liberdade. A Organização das Nações Unidas, a ONU, é responsável por defender e garantir a liberdade no mundo. Diante a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), menciona no Artigo 1.º que:
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade. (DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS, 1948, Artigo 1.º)

E completa dizendo no Artigo 2.º:
Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação. (DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS, 1948, Artigo 2.º)

Mesmo diante a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Liberdade dos indivíduos ainda se torna um real desafio. O descompromisso e o desrespeito diante os direitos do cidadão, do ser humano, é algo presente na sociedade mundial. O racismo, a xenofobia, a homofobia, machismo e entre outras formas de intolerância e ódio ao diferente são presentes de forma massiva na sociedade contemporânea.
Assim trazer um dia para reflexão do conceito de Liberdade foi um mecanismo que a ONU, junto ao Fundo das Nações Unidas para a Infância, o UNICEF, promoveram o dia 23 de janeiro como uma data de refletir a Liberdade pelo mundo.
Álbum Seja Você Mesmo - Gabriel, O Pensador - 2001
Na canção Se Liga Aí, do álbum Seja Você Mesmo (mas não Seja sempre o Mesmo) (2011), o rapper Gabriel, O Pensador, provoca com seu Rap Nacional, uma reflexão sobre o conceito de Liberdade. O músico carioca, traz o sentido ilusório em que todos pensam que são livres, mas que essa tal liberdade acaba sendo algo ilusório. Onde o livre arbítrio em Kant, acaba se perdendo diante o que a sociedade impõe ao indivíduo, ou a clareza dos fatos em Descartes, é algo ilusório. Podemos também refletir Marx, no qual não basta o indivíduo pensar, ele tem que ter a ação dos seus atos.  

Confira abaixo as músicas do álbum:
Se Liga Aí
Cantor/ Compositor: Gabriel, O Pensador.
A gente pensa que vive num lugar onde se fala o que pensa.
Mas eu não conheço esse lugar.
Eu não conheço esse lugar!
A gente pensa que é livre pra falar tudo que pensa mas a gente sempre pensa um pouco antes de falar!

Se liga aí, se liga lá, se liga então!
Se legalize nessa comunicação.
Se liga aí, se liga lá, se liga então!
Se legalize a liberdade de expressão!
Se liga aí, se liga lá, se liga então!
Se legalize nessa comunicação.
Se liga aí, se liga lá, se liga então!
Se legalize a opção!

Pensa! O pensamento tem poder.
Mas não adianta só pensar.
Você também tem que dizer! Diz!
Porque as palavras têm poder.
Mas não adianta só falar.
Você também tem que fazer! Faz!
Porque você só vai saber se o final vai ser feliz depois que tudo acontecer.
E depois a gente pensa.
E depois a gente diz.
E depois a gente faz... o que tiver que fazer!
O que tiver que fazer!

Refrão

Deixe ele viver em paz.
Cada um sabe o que faz.
Deixa o homem ter marido.
Deixa a mina ter mulher.
Deixa ela viver em pé.
Cada um sabe o que quer
O que é que tem demais cada um ser o que é?
Deixa ele chorar em paz.
Cada um sabe o que fez.
Deixa o tempo dar um tempo.
Cada coisa de uma vez.
Deixa ele sorrir depois.
Deixa ela sorrir também.
O que é que tem demais cada um ser dois ou três?

Refrão

Diz o que cê quer dizer, fala o que cê quer falar, faz o que cê quer fazer, pensa o que cê quer pensar!
Fala o que cê quer falar, diz o que cê quer dizer, pensa o que cê quer pensar, faz o que cê quer fazer!

Refrão

Liberdade relativa não é liberdade.
Liberdade atrás da grade não é positiva.
Liberdade negativa é negar a verdade.
Liberdade de verdade é vida, viva, viva!
Viva, viva, viva, viva!
Viva, viva, viva!
Live, live, live, live!
Live, live, live!
Vida, vida, vida, vida!
Vida, vida, vida!
Livre, livre, livre, livre!
Livre, livre, livre!!

15 de jan. de 2019

Espaço Musical: Tributo a Martin Luther King

Em 28 de fevereiro de 1967 Ronaldo Bôscoli e Wilson Simonal uma canção em homenagem a um dos mais importantes líderes do Movimento Negro no mundo, que foi assassinado um ano depois diante sua luta pelos direitos civis da população negra nos Estados Unidos. Martin Luther King, nascido em 15 de janeiro de 1929, foi homenageado com a canção Tributo a Martin Luther King

Martin Luther King 
I Have a Dream” (eu tenho um sonho), assim se torna uma das mais emblemáticas frases da história, pronunciada diante o discurso para milhões de pessoas no ano de 1963, pelo pastor e ativista político Martin Luther King Jr, que naquele momento se tornava um dos maiores símbolos do Movimento Negro no mundo.
Filho de Martin Luther King Sr. e Alberta Williams King, Martin nasceu em Atlanta, Estado da Geórgia, nos Estados Unidos, aos 22 anos se tornou teólogo formado na Universidade de Boston, e se tornou pastor na Igreja Batista no ano de 1954. E em 1955, após um momento de revolta, quando a costureira Rosa Parks, uma mulher negra, que foi detida e multada pelo simples fato de ocupar um assento reservado para a população branca, começava o ativista político diante os Direitos Civis da população Negra nos Estados Unidos, e anos depois reconhecido no mundo todo.
O protesto depois deste ato iniciou com o Conselho Político Feminino, e foi logo aderido por King, em um ato de protesto silencioso. King era inspirado nas ideologias de Manhattan Gandhi, da luta pacifica, e pela teoria da desobediência civil de Henry David Thoreau, que inspirou também a luta de Nelson Mandela na África do Sul.
Martin Luther King diante sua posição política começou se torna uma liderança naquele momento, tendo sua primeira conquista em dezembro de 1956, quando a Suprema Corte dos Estados Unidos começava a abolir a segregação racial nos ônibus. O ato deu início a outras ações, e criando conflito com grupos racistas. Em 1957, King fundou a Conferência da Liderança Cristã do Sul, um dos movimentos negros surgidos naquele momento como os Panteras Negras, e a liderança de Maicon X.
Após seu discurso emblemático referido anteriormente, Martin Luther King viu no ano de 1964, a criação da Lei dos Direitos Civis, tendo na Constituição a igualdade entre negros e brancos e solos estadunidenses. O que naquele ano rendeu o Prêmio Nobel da Paz, levando seu nome para todo o mundo, fazendo um novo grande discurso naquele momento.
A luta ainda continuava pelos direitos civis. Mas em 04 de abril de 1968, antes de mais um ato em prol a liberdade e a luta pelos direitos, Martin Luther King foi assassinado por aqueles que defendiam a segregação entre raças, dentro de um pensamento racista. King morreu, mas deixou um legado de luta e resistência.
Um ano antes do seu assassinato, o cantor e compositor Wilson Simonal, um dos grandes nomes da música brasileira, e símbolo da negritude brasileira, compôs ao lado de Ronaldo Bôscoli, a canção Tributo a Martin Luther King, um dos grandes sucessos de Simonal, gravada em 28 de fevereiro de 1967.
Single Wilson Simonal - 1967
A canção que traz em sua letra uma posição ideológica e política da luta do Movimento Negro, se torna uma grande homenagem a King, que defendeu os direitos civis com luta e resistência pacifica. Com um ritmo de soul, a canção foi censurada pela ditadura militar, que encaminhava por um dos seus períodos mais violentos e contra a liberdade de expressão no Brasil. Mas Simonal, mesmo sem a permissão dos militares, surpreendeu o público que acompanhava em rede nacional o Troféu Roque Pinto, ao cantar a canção, o que fez a o regime ceder a censura, e a canção foi em fim lançada no single Show de Simonal, em junho daquele ano.

Confira abaixo a canção.
Tributo a Martin Luther King
Cantor/Compositor: Wilson Simonal e Ronaldo Bôscoli.

Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Oh! Oh! Oh! Oh!

Cada negro que for
Mais um negro virá
Para lutar
Com sangue ou não
Com uma canção
Também se luta irmão
Ouvir minha voz
Oh Yes!
Lutar por nós...

Luta negra demais
(Luta negra demais!)
É lutar pela paz
(É Lutar pela paz!)
Luta negra demais
Para sermos iguais
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Para sermos iguais
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!

Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!
Oh! Oh! Oh! Oh!

11 de jan. de 2019

Canto Poético: Jequitinhonhês, o dialeto do Vale.


A Língua Portuguesa no Brasil tem uma diversidade de dialetos. No Estado de Minas Gerais, esta diversidade é bastante evidente, como a mistura do sotaque baiano com o mineiro nas regiões do Norte de Minas, Vale do Jequitinhonha e Mucuri. O poema Jequinhonhês, o dialeto do Vale, de Tadeu Martins, poeta popular de Itaobim – MG. 

Tadeu Martins
O produtor cultural, escritor, poeta popular, contador de causo, Tadeu Martins natural de Itaobim, Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, é responsável por um dos maiores festivais culturais do Brasil. Junto a outros artistas, escritores e intelectuais, idealizaram o Festivale nos anos de 1980. Foi um dos fundadores do Jornal Geraes, no qual foi responsável por levar e valorizar o Vale do Jequitinhonha em seus noticiários impressos.
O poeta é autor de várias poesias, além de publicação de livros, sempre trazendo o Vale. Entre seus poemas voltados ao Jequitinhonha, destacamos o Jequitinhonhês, o dialeto do Vale, que traz a regionalidade do Vale, contextualizando a origem e a valorização do dialeto pronunciado nesta região rica principalmente nos aspectos artísticos e culturais. O Jequitinhonhês nos encanta como uma linguagem única, diante uma diversidade de dialetos no território mineiro.  

JEQUITINHONHÊS, O DIALETO DO VALE
Por: Tiago Martins.


Pocar é estourar
“ficar perrengue” é adoecer
lançar quer dizer vomitar
e “virar um peido” é correr
negar à direita é dobrar
“embainhar o facão” é envelhecer

Burriscar quer dizer rabiscar
“a leitura” é sabedoria
coxé é quem manca muito
“encheção de saco” é livuzia
pipôco é o mesmo que estrondo
e cartilogência é categoria
Tadeu Martins - (2º da esq. p/ dir.) 

“Abrir o pano” ou “limpar o beco”
você sabe o que quer dizer ?
é o mesmo que “virar um peido”
se não deu para entender
eu explico mais detalhado
é azular, sumir ou correr

“Tiçar a mão”, “picar o tapa”
tudo significa bater
pêia é o caboclo esperto
incapaz de esmorecer
“deu upa” é “ficou difícil”
mas foi fácil você entender.

8 de jan. de 2019

Espaço Musical: Elvis Vive

Dia 08 de Janeiro de 1935, nascia nos Estados Unidos, uma das maiores lendas do mundo do Rock, Elvis Presley. Em 1990, o cantor e compositor brasileiro Jerry Adriani, uma das lendas do movimento Jovem Guarda, que tinha Elvis como grande influência musical, lançou o Álbum Elvis Vive, para homenagear o grande ídolo, que completava 13 anos de seu falecimento. 

Álbum Elvis Vive - Jerry Adriani - 1990
Não existe de fato um dia especifico do Rock In Roll, mas existe uma data importante para o ritmo musical que contagiou todo o mundo. Em 08 de janeiro de 1935, na cidade de Tupelo, em Mississipi, Estados Unidos da América, nascia uma das maiores lendas do Rock In Roll, Elvis Aaron Presley, que nas décadas de 1950 a 1970 se tornou o Rei do Rock, influenciando músicos por todo o mundo. Como a geração conhecida no Brasil como a Jovem Guarda.
Entre grandes músicos como Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderley, o jovem Jair Alves de Sousa, nascido em São Paulo capital, em 29 de janeiro de 1947, se tornaria mais tarde com o nome artístico de Jerry Adriani, um dos grandes nomes da música brasileira, com grandes canções de sua autoria, e grandes interpretações do Rei do Rock, Elvis Presley.
Entre seus grandes discos de sucesso, o álbum Elvis Vive, de 1990 se tornou um dos grandes tributos ao Rei do Rock, que pós sua morte em 1977, foi homenageado por todo o mundo, inclusive criando um dos bordões mas falados no planeta, “Elvis Não Morreu!”.
Em Elvis Vive,  Jerry traz grandes canções da lenda do rock, muitas das canções na
Elvis Presley
tradução ao português, na qual o músico brasileiro fez grandes sucessos nas décadas de 1960 a 1970, com uma mistura da letra original em inglês. O álbum foi premiado com o Prêmio Sharp, como melhor disco, e o melhor cantor do ano de 1990.
Jerry Adriani faleceu em 23 de abril de 2017, quase 30 anos depois de seu grande ídolo. Ficou marcado por sua grande voz, e pela geração que introduziu o Rock In Roll no Brasil. Com canções de sucesso como Doce, Doce Amor, além dos sucessos no cinema como o filme Jerry, A Grande Parada, de 1967. Jerry foi um dos diversos músicos por todo mundo, que deixou vivo a lenda do rock, Elvis Presley.

Confira abaixo as músicas do álbum:
Elvis Vive
Cantor: Jerry Adriani
Faixa/Lado              Canção
A1       Cheque Sem Fundo (Blue Suede Shoes)       
A2       Eu Só Penso Em Você (Always On My Mind) 
A3       Dói No Coração (Don't Be Cruel) (To A Heart That's True)   
A4       Tudo Bem Mamãe (That's All Right Mamma)   
A5       Me Beija Assim (Kiss Me Quick) 
A6       Tutti Frutti     
A7       Tremendo De Amor (All Shook Up)       
B1       Hotel Inferno (Heartbreak Hotel) 
B2       Com Ternura (Love Me Tender)  
B3       Prisioneiro Do Rock (Jailhouse Rock)  
B4       Vira Lata (Hound Dog)      
B5       Hoje Eu Quero Ouvir Suas Mentiras (Are You Lonesome Tonight ?)        
B6       Suspeitas Demais (Suspicious Minds) 
B7       G. I Blues

7 de jan. de 2019

Interpretes do Brasil: Darcy Ribeiro.


Baseando no portal Interpretes do Brasil, pretendo aqui além dos grandes nomes considerados pelo portal, como grandes intelectuais brasileiros, trazer outras personalidades que representaram e representam estes interpretes da realidade social, política, econômica e cultural do Brasil. O interprete de hoje é o montes-clarense, dos estudos e da posição política pela educação pública e os povos tradicionais indígenas, o antropólogo Darcy Ribeiro. 

Darcy Ribeiro
Em 26 de outubro de 1922, nascia na cidade de Montes Claros, Norte de Minas Gerais, Darcy Ribeiro, que se tornaria uma das grandes referências da áreas de Educação e da Antropologia no Brasil. Saindo jovem ainda de sua cidade, para se tornar uma grande referência política e das Ciências Socais no Brasil.
Ainda na sua juventude foi para a capital mineira, Belo Horizonte, cursar medicina, mas acabou encontrando-se nas Ciências Sociais sua paixão. E em 1946, em São Paulo, o jovem Darcy Ribeiro se formava em Antropologia pela FESP-SP, e começava seu grande estudo com os povos indígenas do Pantanal. Com o objetivo de compreender a vivência e a história da formação do povo brasileiro, o trabalho etnográfico de Darcy, se voltou à defesa das causas indígenas, e foi fundamental para criação do Parque Indígena Xingu e do Museu do Índio, que se tornaram referência do posicionamento político dos povos tradicionais no Brasil.
Nas décadas de 1950 e 1960 o antropólogo mudou-se para o Rio de Janeiro, começando a voltar seus trabalhos para a Educação, tanto básica como superior, e junto a Anísio Teixeira, um dos idealizadores da Universidade de Brasília, e se tornando o seu primeiro reitor. Darcy também ocupou cargos políticos importantes para os avanços da educação pública no Brasil. Foi ministro da Educação e da Casa Civil no governo Goulart, e após o golpe de 1964, com a instalação do regime militar no Brasil, Darcy Ribeiro foi mais um dos grandes intelectuais brasileiras a ser exilado do Brasil.
Nas suas vivências em outros países latinos e fora do continente, Darcy Ribeiro acabou envolvendo em ações políticas voltadas as reformas da educação e agrárias, contribuindo com os desenvolvimentos destes países, como o Uruguai, que ocupa hoje uma dos melhores índices educacionais entre os continentes americanos. Após a anistia, Darcy retornou ao Brasil, se tornando no ano de 1983, vice-governador do Estado do Rio de Janeiro ao lado do governador Leonel Brizola.
Diante suas obras, O Povo Brasileiro, a sua última grande publicação, se tornou uma
O Povo Brasileiro - Darcy Ribeiro
das maiores referências do autor, e da leitura sobre o Brasil. A obra lançada em 1995, traz um trabalho antropológico e histórico, com o objetivo de observar o Brasil a partir de suas várias matrizes da formação de seu povo, além de provocar reflexões da falta de uma nacionalidade presente em sua população, observando os
conflitos e violências presentes nesta formação.
Em 17 de fevereiro de 1997, o antropólogo de diversas obras escritas, de participação importante na ampliação gratuita da educação no Brasil, além de sua participação política com os povos indígenas e com a valorização da América Latina. Que se tornou imortal da Academia Brasileira de Letras, titulo que alcançou em 1992. E que ainda jovem, deixou o Norte de Minas, para um reconhecimento nas academias de toda América Latina, faleceu aos 74 anos na capital federal, Brasília.

6 de jan. de 2019

Espaço Musical: A Festa de Santo Reis

A Folia de Reis assim conhecida no sertão brasileiro é uma das maiores festividades do cristianismo no mundo. Comemorado o Dia dos Santos Reis Magos em 06 de janeiro, tradição vinda com os portugueses e modificada pela diversidade dos povos no Brasil. Em 1971 a festividade foi lembrada no segundo álbum de Tim Maia, com a canção A Festa do Santo Reis, do compositor paulista Márcio Leonardo.

Tim Maia - Álbum de 1971
A história nos relata que no dia 25 de dezembro a mas de dois mil anos atrás, a estrela guia cruzou os céus do oriente para anunciar de uma criança que pelo cristianismo seria o filho de Deus que vinha com a missão de salvação de seu povo. Esta criança era Jesus, o maior símbolo da crença cristã. Então do momento em que a estrela apareceu, até o dia 06 de janeiro, três Magos que avistaram a estrela, saíram de seus reinos para ir ao encontro daquela criança, no qual sabiam, seria a salvação, como relata no Evangelho de São Mateus.
Os três Reis Magos, assim reconhecido aqueles que eram de origem nobre e tinham grande compreensão da ciência de sua época, foram em uma longa caminhada levarem seus presentes ao Salvador. Baltazar, Melquior e Gaspar, assim reconhecidos pelo cristianismo como os três Reis Magos, foram ao encontro do menino Jesus, levando o Ouro, com o significado da realeza daquele que seria o Salvador, o Incenso, como símbolo da essência divina e a Mirra, como a essência humana daquela criança.
No século XVII, começou  tradição da comemoração do Dia dos Santos Reis na
Folia de Reis em Taiobeiras - MG/ Fonte: Tudo Super - 2008.
Europa. Em Portugal esta data eram um dia de diversão e festejos, que no século XVIII chegou no Brasil, com um caráter mais religioso, porem com muitos festejos, surgindo assim a Folia de Reis.
A tradicional festa reúne os ternos de foliões, que são formados principalmente por membros de uma família ou de uma comunidade, com vários instrumentos musicais, principalmente a viola caipira, a sanfona e o pandeiro, dando o ritmo das canções de folia, passando por casa em casa, festejando a chegada do menino Jesus.
A festividade foi lembrada e refletida pelo compositor Márcio Leonardo, que aos 15 anos compôs a canção A Festa do Santo Reis, que em parceria com o cantor e compositor Tim Maia, no ano de 1971, foi gravada pela primeira vez no segundo álbum Tim Maia, sendo a primeira faixa do disco. A canção com uma pegada soul, na mistura brasileira de Tim, fez grande sucesso, e trazia uma reflexão da perca da tradição da Folia de Reis, e todos os seus aspectos culturais e religiosos, promovendo assim uma valorização desta festividade secular, que faz parte da história do Brasil.

Confira abaixo a Canção:
A Festa do Santo Rei
Compositor/Cantor: Raul Seixas

Hoje é o dia de Santo Reis
Anda meio esquecido
Mas é o dia da festa
De Santo Reis
Hoje é o dia de Santo Reis
Anda meio esquisito
Mas é o dia da festa
De Santo Reis

Eles chegam tocando
Sanfona e violão
Os pandeiros de fita
Carregam sempre na mão
Eles vão levando
Levando o que pode
Se deixar com eles
Eles levam até os bodes

É os bodes da gente
É os bodes, mééé
É os bodes da gente
É os bodes, mééé

Hoje é o dia de Santo Reis
Hoje é o dia de Santo Reis
Hoje é o dia, hié! hié!
De Santo Reis
Hoje é o dia de Santo Reis
É o dia da festa, hié! hié!

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