21 de jun. de 2019

Espaço Musical: A Volta do Boêmio

Em 21 de junho de 1919, nascia em Santana do Livramento, Rio Grande do Sul, Antônio Gonçalves Sobral, que se tornaria Nelson Gonçalves o “Rei da Boemia”. Nos 100 anos de um dos maiores cantores da Música Popular Brasileira, que teve seus grandes sucessos na era do rádio, “que virou saudade” em abril de 1998, mas sempre será um símbolo da musicalidade brasileira, e sempre será lembrado pela Boemia, com a grande canção lançada no álbum de mesmo nome em 1967, A Volta do Boêmio.

Nelson Gonçalves 
No dia 21 de junho de 1919, na cidade do interior Gaúcho de Santana do Livramento, nascia Antônio Gonçalves Sobral, filho de um pai músico, na qual homenageou com a canção Naquela Mesa, ainda aos 07 anos mudou-se para a capital paulista no bairro do Brás. E assim a influência pela música cresceu, e depois de trabalhar de quase um tudo na infância e juventude, inclusive sendo boxeador, vencendo aos 16 anos o título de peso-médio o Campeonato Paulista, teve ainda na juventude as primeiras oportunidades na música, apesar da “gagueira” que tinha, no qual levou o apelido de “Metralha”.
Assim Antônio Gonçalves Sobral, começou a usar o nome artístico de Nelson Gonçalves, se juntando ao músico Joaquim Silva Torres. Não teve vida fácil ao ingressar nas rádios, foi reprovado nas suas primeiras tentativas, antes de ingressar na rádio PRA – 5, mas foi logo dispensador. Era um período no qual tinha acabado de se casar com Elvira Molla, no qual teve dois filhos.
Em 1939, na busca de oportunidade na música mudou-se para o Rio de Janeiro, e lá começou a destacar nos programas de calouros das rádios cariocas. Em 1941 conseguiu gravar seu primeiro disco, e logo foi aclamado pelo público, tendo nas décadas de 1940 a 1950 o inicio de sua fama do Rei do Rádio e o Rei da Boemia, chegou casar neste período mais duas vezes após se separar da primeira esposa, em 1952 com a cantora do Trio de Ouro, Lourdinha Bittencourt, e em 1965 com Maria Luiza da Silva Ramos, no qual teve dois filhos e foi fundamental para sua recuperação após dependência com o vício no uso de cocaína, que levou o cantor a vários problemas pessoas e profissionais.
Nelson Gonçalves - Álbum: A Volt do Boêmio (1967) 
E com apoio de Maria Luiza, após período de tratamento ao vício no qual chegou ser preso, Nelson Gonçalves voltaria aos sucessos com um dos seus principais álbuns produzidos, e com a canção mais famosa em sua interpretação, composta por Adelino Moreira, A Volta do Boêmio. Assim sucesso estourado em 1967, o Rei da Boemia voltou as paradas de sucesso, estendendo do final dos anos de 1960 a década de 1990, quando em 1998, por conta de um infarto, aos 78 anos, faleceu na cidade do Rio de Janeiro.
Nelson Gonçalves ainda é lembrado como um dos músicos mais importantes da Música Popular Brasileira, por uma voz marcante, e por ter mantido uma carreira de sucesso, e mesmo com os problemas ao vício das drogas, soube retornar ao sucesso, no que manteve até mesmo após a sua morte. Com 38 discos de ouro, e 20 de platina, com mais de 78 milhões de vendas de discos, um dos recordistas no Brasil, com mais de 180 canções gravadas, O Rei da Boemia, que completaria 100 anos, deixou um grande legado a MPB.


Confira abaixo a canção:
A Volta do Boêmio
Cantor/Compositores: Nelson Gonçalves/ Adelino Moreira.

Boemia, aqui me tens de regresso
E suplicante te peço a minha nova inscrição.
Voltei pra rever os amigos que um dia
Eu deixei a chorar de alegria; me acompanha o meu violão.
Boemia, sabendo que andei distante,
Sei que essa gente falante vai agora ironizar:
"Ele voltou! O boêmio voltou novamente.
Partiu daqui tão contente. Por que razão quer voltar?"
Acontece que a mulher que floriu meu caminho
De ternura, meiguice e carinho, sendo a vida do meu coração,
Compreendeu e abraçou-me dizendo a sorrir:
"Meu amor, você pode partir, não esqueça o seu violão.
Vá rever os seus rios, seus montes, cascatas.
Vá sonhar em novas serenatas e abraçar seus amigos leais.
Vá embora, pois me resta o consolo e alegria
De saber que depois da boemia
É de mim que você gosta mais".

20 de jun. de 2019

Espaço Musical: Diáspora

Em 20 de junho é homenageado no mundo todos os Retirantes Refugiados do seu lugar de origem diante conflitos étnico-raciais, políticos, religiosos entre outros que provocam a migração forçada destas pessoas, que se estima serem aproximadamente 45 milhões em todo o planeta. O Dia Mundial do Refugiado é uma data criada pela ONU com intuito de promover reflexões e políticas de amparo e combate aos problemas enfrentados pelos refugiados. Em 2017 o trio musical Tribalistas lançaram seu segundo álbum, trazendo a canção Diáspora, como uma reflexão dos casos e história dos refugiados. 

Tribalistas
A Organização das Nações Unidas, a ONU, estabeleceu em 2000 o Dia Mundial do Refugiado, marcado no calendário para o dia 20 de junho. O intuito desta data é refletir em todo o planeta os problemas sociais, econômicos, culturais, religiosos e de território enfrentados por milhares de pessoas refugiadas de seu lugar de origem e espalhadas pelo mundo. Um problema histórico, que tem origem desde os primeiros fenômenos diásporos registrados séculos antes de cristo, e que em pleno século XXI, continuam sendo uma grande problemática.
Nas últimas décadas o caso dos refugiados começou a ganhar um olhar mais crítico e delicado. Promovendo dentro de estudos científicos, políticas internacionais, e a luta de movimentos sociais, uma grande reflexão dos impactos destas migrações forçadas, principalmente por afetar a base dos direitos humanos.
Repressão política e violações maciças dos direitos humanos ainda são elementos significativos em deslocamentos atualmente. Mas para a maioria dos refugiados de hoje, conflitos armados – que frequentemente envolvem perseguição e outros abusos dos direitos humanos contra civis – são a principal fonte de ameaça. Muitos dos conflitos armados do período pós-Guerra Fria provaram ser particularmente perigosos para os civis, evidenciados pela escala de deslocamento e pela alta proporção de mortes de civis em relação aos militares. [...]. O custo humano devastador de guerras recentes levou muita discussão sobre a natureza mutável dos conflitos armados no período pós-Guerra Fria. [...]. O que distinguiu a década de 1990 a partir de décadas anteriores foi o enfraquecimento dos governos centrais em países que tinham sido amparados pelo apoio de superpotências, e a consequente proliferação de conflitos baseados em identidade, muitos dos quais envolveram sociedades inteiras em violência (UNHCR apud Silva, 2000, p. 277, tradução de Silva).

Dos conflitos étnico-raciais a liberdade de expressão política ou religiosa, as perseguições aos retirantes refugiados é uma marca que vem sendo dado como uma grande “crise migratória” no mundo todo. Casos como dos sírios, povos africanos de diversas etnias, haitianos, venezuelanos, entre outros que por conflitos sociais presentes em seu território são forçados a migrarem, são refletidos neste dia 20 de junho. Com objetivo de provocar nos lideres de Estado maiores atitudes nos casos dos refugiados no mundo.
Álbum Tribalistas 2017
Em 2017, o trio musical formado por Arnaldo Antunes, Marisa Monte e Carlinhos Brown, os Tribalistas lançaram seu segundo álbum, e entre as novas canções do trio, a canção Diáspora destaca pela qualidade musical e por uma letra que nos provoca a refletir dentro do contexto diásporo o caso dos retirantes refugiados. Uma canção que contextualiza desde a antiguidade aos tempos atuais, refletindo a diáspora judaica e africana, e todos os casos de retirantes forçados em refúgios de seus lugares de origem.  



Confira abaixo a canção:


Diáspora
Cantor/Compositores: Tribalistas: Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte.

Acalmou a tormenta
Pereceram
Os que a estes mares ontem se arriscaram
E vivem os que por um amor tremeram
E dos céus os destinos esperaram

Atravessamos o mar Egeu
O barco cheio de fariseus
Com os cubanos, sírios, ciganos
Como romanos sem Coliseu

Atravessamos pro outro lado
No rio vermelho do mar sagrado
Os center shoppings
Superlotados
De retirantes refugiados

You, where are you?
Where are you?
Where are you?

Onde está
Meu irmão
Sem irmã
O meu filho sem pai

Minha mãe
Sem avó
Dando a mão pra ninguém

Sem lugar
Pra ficar
Os meninos sem paz

Onde estás
Meu senhor
Onde estás?
Onde estás?

Deus Ó Deus onde estás
Que não respondes
Em que mundo em qu'estrela tu t'escondes
Embuçado nos céus

Há dois mil anos te mandei meu grito
Que embalde desde então corre o infinito
Onde estás senhor Deus

Atravessamos o mar Egeu
O barco cheio de fariseus
Com os cubanos, sírios, ciganos
Como romanos sem Coliseu

Atravessamos pro outro lado
No rio vermelho do mar sagrado
Os center shoppings
Superlotados
De retirantes refugiados

You, where are you?
Where are you?
Where are you?
Where are you?

Onde está
Meu irmão
Sem irmã
O meu filho sem pai

Minha mãe
Sem avó
Dando a mão pra ninguém

Sem lugar
Pra ficar
Os meninos sem paz

Onde estás
Meu senhor
Onde estás?
Onde estás?

Where are you?
Where are you?
Where are you?
Where are you?
Where are you?
Where are you?

5 de jun. de 2019

Canto Poético: O Meio.


Em 05 de junho se comemora o Dia do Meio Ambiente, estabelecido em 1972, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano, realizado em Estocolmo, na Suécia. O Objetivo desta data e refletir sobre os problemas ambientais, no qual o ser humano é um dos grandes responsáveis. O poeta e cordelista cearense Tião Simpatia nos promove no seu poema O Meio (2009), uma reflexão crítica das nossas ações diante o Meio Ambiente, e assim as consequências dos nossos atos.

Tião Simpatia.
O impacto ambiental causado nos últimos séculos foram mais prejudicais ao Meio Ambiente, do que nos milhares de anos dos seres humanos habitando o planeta. Com os avanços do desenvolvimento capitalista, estes impactos se intensificaram, desde o consumismo a poluição e contaminação dos recursos naturais. Neste contexto a partido do século XX grandes intelectuais e grupos sociais começaram a alertar dos impactos negativos que destruía os recursos naturais.
Na década de 1970 vários movimentos ligados a causa ecológica ambiental surgiram, com intuito de criar políticas públicas para combater esta destruição do ecossistema. Assim sob forte pressão, a Organização das Nações Unidas realizou a primeira Conferência do Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo na Suécia, no dia 05 de junho de 1972, com objetivo de reunir vários lideres políticos, dos movimentos sociais, além de empresários e outros representantes da sociedade, para refletir os impactos humanos diante a natureza.
A partir deste momento, foi instituído o dia 05 de junho como um dia de discutir os problemas ambientais no mundo, sendo assim comemorado o Dia Internacional do Meio Ambiente.  Um dia para promover debates sobre as políticas ambientais, e os crimes ocorrentes pelo ser humano. Em 2019, o Brasil se tornou um dos países mais questionados diante a garantia de suas leis ambientais, e aos crimes ocorrentes, como o caso de Brumadinho e Mariana, ambos no Estado de Minas Gerais.
O poeta e cordelista cearense Tião Simpatia, conhecido por uma obra cheia de reflexão crítica e valorização de políticas públicas voltadas ao combate a desigualdade, descriminação e violência, nos promove no poema O Meioi de 2009, uma reflexão simples mais bastante provocativa dos nossos atos diante ao Meio Ambiente, e o mau uso dos recursos naturais. Um poema leve, mas com conteúdo que nos remete ao descaso com o planeta e a natureza.  


O MEIO
Por: Tião Simpatia.

 Meio Ambiente;
Meio cançado;
Meio ferido;
Meio preservado;
Tião Simpatia.
Meio destruído;
Meio lembrado;
Meio esquecido.

E o homem?
O homem, é o "Meio".
Meio culpado;
Meio constrangido;
Meio informado;
Meio desentendido;
Meio sábio;
Meio sabido.

Proteja o Meio Ambiente
Ou você será extinto do "Meio.

REFERÊNCIAS:

PORTAL LUIS NASSIF. Poema “O MEIO”. Disponível em: http://blogln.ning.com/profiles/blog/list?user=3i11bzyy1mmih. Acessado em: 05/06/2019.

SANTOS, Vanessa Sardinha dos. 05 de Junho — Dia Mundial do Meio Ambiente. IN.: Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-mundial-do-meio-ambiente-ecologia.htm. Acesso em 05/06/2019.

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