A poesia não só
expressa os sentimentos, mas também posicionamentos políticos, filosófico e
ideológico. São assim as poesias do político e escritor baiano Carlos
Maringuella, como um das suas maiores poesias, Liberdade, onde o poeta nos faz refletir períodos de governos
autoritários no Brasil República.
Em 5 de dezembro de 1911
nascia na cidade de Salvador – BA, Carlos Maringuella, filho de um imigrante
italiano com uma filha de africanos do Sudão, escravizados no Brasil Império. E
que nos anos de 1934 ingressou na política dentro do Partido Comunista
Brasileiro, onde na cidade do Rio de Janeiro se colocou junto ao partido em
oposição ao autoritarismo do primeiro governo Vargas.
Durante o período democrático
nas décadas de 1940 a 1960, Maringuella se tornou deputado, e fez frente a
posição esquerda marxista no Brasil. E em 1964 com o golpe de Estado pelos
militares, Maringuella se tornou um dos maiores opositores da ditadura militar
instaurada no Brasil, e ao mesmo tempo um dos mais perseguidos políticos pelo
regime autoritário na época. Sendo assassinado em 1969 por uma emboscada feita
pelos militares para executá-lo.
Maringuella não foi só
reconhecido pela sua atuação política, mas também por suas obras literárias,
principalmente seus poemas, que traziam uma reflexão crítica filosófica e política.
Um dos seus grandes poemas, Liberdade,
o poeta relata períodos autoritários que marcaram o cenário político
brasileiro, deixando um sentimento e busca por algo que não era permitido, a
Liberdade. O poeta nos provoca entender as marcas do fascismo que marcou o
Brasil tanto no governo Vargas do Estado Novo, quanto do regime militar nas
décadas de 1960 a 1980.
LIBERDADE
Por: Carlos Maringuella.
Não
ficarei tão só no campo da arte,
Carlos Maringuella |
e,
ânimo firme, sobranceiro e forte,
tudo
farei por ti para exaltar-te,
serenamente,
alheio à própria sorte.
Para
que eu possa um dia contemplar-te
dominadora,
em férvido transporte,
direi
que és bela e pura em toda parte,
por
maior risco em que essa audácia importe.
Queira-te
eu tanto, e de tal modo em suma,
que
não exista força humana alguma
que
esta paixão embriagadora dome.
E
que eu por ti, se torturado for,
possa
feliz, indiferente à dor,
morrer
sorrindo a murmurar teu nome.
REFERÊNCIAS.
MARIGHELLA,
Carlos. Liberdade. In: Poemas: rondó
da liberdade. São Paulo: Editora Brasiliense, 1994.
REVISTA
PROSA VERSO E ARTE. Carlos Maringuella –
poemas. Disponível em: https://www.revistaprosaversoearte.com/carlos-marighella-poemas/.
Acessado em: 01/01/2019.
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