2 de dez. de 2020

300 anos de Minas Gerais

Das Minas as Geais, o Estado das diversidades, no dia 02 de dezembro de 1720, foi desmembrado do Estado de São Paulo, e se tornou esta grande referência cultural e econômica do Brasil. Da pecuária e agricultura  de Matias Cardoso as margens do São Francisco, a mineração de Mariana as margens do Rio Doce, uma história construída por seu povo.

Minas Gerais
Bandeira do Estado de Minas Gerais

O território mineiro é conhecido por abranger uma biodiversidade tanto da fauna quanto da flora, além de ter em suas características uma enorme diversidade social e cultural. Falar deste Estado brasileiro, de grande potencial econômico, desde a agropecuária, mineração, industria, comércio, turismo e artesanato, como pilares, é destacar a suas maiores riqueza, seu povo e suas histórias.

Minas Gerais completa 300 anos de desmembramento do território de São Paulo, e neste dia 02 de dezembro, se comemora algo construído antes mesmo do ano de 1720, a mineiridade. Construída pelas várias Minas Gerais, desde a cultura caipira oriunda da cultura paulista, nas regiões Sul, Triangulo e Central, a carioquidade vinda do litoral carioca, presente nas regiões do Vale do Aço e Zona da Mata, e a cultura sertaneja baiana, na construção dos geraizeiros, do Norte, Noroeste e Vales do Jequitinhonha e Mucuri.

Matias Cardoso - MG
Matias Cardoso - MG

As Minas e as Gerais se completam em uma identidade plural, do mineiro que fala “Uai”, “Trem”, mas misturada com os diversos sotaques, costumes, tradições da brasilidade. Talvez seja Minas um recorte da diversidade Brasileira. Assim como o nome dado a nós brasileiros, nós mineiros temos nossa identidade ligado a uma profissão. Mas que passou a ter muitos outros significados ao longo da história.

Claro que temos que refletir os momentos tristes da nossa história. Que explorou da terra recursos, nossa riqueza e origem de nossa identidade, mas que trouxe vários impactos ambientais, desde o Brasil colonial, a tragédia de Mariana e Brumadinho. Explorou da sua gente, dos povos africanos e seus descendentes na escravização para a produção do café, na pecuária e na extração das minas de ouro e diamante. Não podemos esquecer-nos do genocídio indígena desde os bandeirantes paulistas que exploraram esta terra, como Matias Cardoso, ao agronegócio, que além dos índios, matou e expulsou muitos ribeirinhos, vazanteiros, geraizeiros, quilombolas, e outros povos e comunidades tradicionais.

Precisamos lembrar-nos de nossas riquezas, mas também de nosso passado e presente marcado pela exclusão, exploração e violência. Reconhecer toda esta gente que nos faz orgulho de quem somos, enquanto mineiros, e todos estes povos quem fazem presente em nossa identidade.  

Sim, Minas Gerais é terra do encontro, do pão de queijo, ou só do queijo, do pequi, da cachaça, frango com quiabo, feijoada, carne de sol com mandioca, do doce de leite e tantas outras delicias desta terra.

As Minas Gerais das montanhas, da Canastra, da Piedade, do Cipó, de Serra Nova e tantas outras. Do Rio Doce, Pardo, Jequitinhonha, e o Velho Chico, que pode ser Opará, e para os nãos íntimos São Francisco mesmo, que se ramificam entre tantos outros.

Mariana - MG
Mariana - MG

A terra das festividades, das religiosidades e da cultura. Dos reisados, dos batuques, de Nossa Senhora da Piedade e Nossa Senhora da Imaculada Conceição, com as padroeiras das Minas as Gerais. São João, Santo Antonio e São Pedro e as festas juninas. Os Doze Profetas de Aleijadinho, aos mártires de Cristo simbolizadas em cada Cruzeiro erguido ao lado de um cemitério e uma igreja, na origem de cada povoado e município mineiro, até a morte de Tiradentes, pintada como a de Cristo, após lutar pela Inconfidência Mineira.  

Terra do Clube da Esquina, do Skank, do Grupo Raízes, dos Cantores, Compositores e Poetas do Jequitinhonha, e tantos outros que construíram nossa musicalidade. De Andrade, Carolina, Guimarães Rosa e Darcy, que escreveram nossa história. E não podemos esquecer-nos de Carlos Chagas um marco de nossa ciência.

Viva Minas Gerias! Viva o Povo Mineiro!

20 de nov. de 2020

Interpretes do Brasil: Silvio Almeida.

Baseando no portal Interpretes do Brasil, pretendo aqui além dos grandes nomes considerados pelo portal, como grandes intelectuais brasileiros, trazer outras personalidades que representaram e representam estes interpretes da realidade social, política, econômica e cultural do Brasil. Como interprete da realidade brasileira de hoje, Silvio Almeida, o paulista, ativista dos movimentos negros, presidente do Instituto Luiz Gama, advogado e professor de filosofia. 

Silvio Almeida

No dia 17 de agosto de 1976, em São Paulo capital, nascia Silvio Luiz de Almeida, filho de Verônica e Lourival, conhecido como Barbosinha, ex-jogador de futebol. Mas diferente de seu pai, e de tantos outros jovens negros, oriundos da periferia, Silvio ganham reconhecimento nacional como advogado e filósofo, voltado a causas do movimento negro.

Formou-se em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie em 1999, e em Filosofia pela Universidade de São Paulo em 2011, ingressando em seguida no mestrado em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e o doutorado em Direito pela USP.  

O que é racismo estrutural? (2018)
Silvio Almeida

            Silvio Almeida começou a ganhar destaque, com os estudos sobre o racismo estrutural no Brasil. Este fenômeno social que promove à exclusão e a violência à população de origem africana no Brasil e no mundo, que está presente na estrutura social e se ramifica em toda a sociedade, perpetuando o racismo por gerações.

Uma das suas principais obras, O que é racismo estrutural? (2018), nos faz refletir como e porque a sociedade, em pleno século XXI, com todos os avanços da ciência e da política, todas as conquistas de direito da população negra no mundo, ainda persiste o racismo. Almeida conceitua o racismo em três concepções: individualista, institucional e estrutural.

Nos debates sobre a questão racial podemos encontrar as mais variadas definições de racismo. A fim de apresentar os contornos fundamentais do debate de modo didático, classificamos em três as concepções de racismo: individualista, institucional e estrutural. A classificação aqui apresenta parte dos seguintes critérios: a) relação estabelecida entre racismo e subjetividade; b) a relação estabelecida entre racismo e Estado; c) a relação estabelecida entre racismo e economia. (ALMEIDA, 2019, p.27).

A obra do professor Silvio Almeida, é uma ótima reflexão para compreendermos a nossa realidade brasileira, e provocar como o racismo estrutural atinge toda a sociedade, desde fatores econômicos a fatores sociais e políticos. Silvio marca as novas lutas do movimento negro, pautada no campo da intelectualidade, do estudo cientifico e da ação de reflexões da política contra o racismo na sociedade brasileira.

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