Baseando
no portal Interpretes
do Brasil, pretendo aqui além dos grandes nomes considerados pelo
portal, como grandes intelectuais brasileiros, trazer outras personalidades que
representaram e representam estes interpretes da realidade social, política,
econômica e cultural do Brasil. Para iniciar, um norte-mineiro que é
considerado um dos grandes nomes do combate à desigualdade social, e grande defensor
dos direitos humanos e da participação cidadã, Herbert José de Souza,
simplesmente o Betinho.
Betinho |
Graduado na Universidade Federal de Minas Gerais em
Sociologia, no ano de 1962. Ativista dos direitos humanos no Brasil, o
sociólogo Betinho foi engajado na luta dos movimentos sociais, desde o governo
de João Goulart, com a defesa das reformas de base, principalmente a reforma
agrária no Brasil. Durante o período da ditadura militar no Brasil, foi
obrigado a se exilar no Chile no ano de 1971, diante seu posicionamento
político e sua crítica ao regime militar. Levou sua luta até a sua morte no ano
de 1997, causada pela hemofilia herdada de sua mãe, e pela AIDS, e a hepatite C
que adquiriu em uma transfusão de sangue.
Projeto Ação da Cidadania |
Teve grandes obras públicas, desde temas voltados ao
público infanto-juvenil, como a Centopeia
que Pensava, uma forma de trazer um olhar crítico e solidário ao público
infantil. Voltadas a conscientização do problema da AIDS e das políticas de
saúde pública na sociedade, e uma reflexão de uma doença que adquiriu, como a
obra junto com seu irmão Henfil, A Cura da
AIDS.
Mas a suas grandes obras foram voltadas a questão da
cidadania, da solidariedade e dos movimentos sociais no combate à desigualdade
social no Brasil. Em artigo e entrevista feita para a editora Moderna, no ano
de 1994, a obra Ética
e Cidadania, junto com Carla Rodrigues, voltada para a
juventude, como uma forma didática, Betinho traz todas suas vivências, e
reflexões diante o conceito de cidadania, política e solidariedade.
Em seu texto O Pão
Nosso, em Reflexões para o futuro, edição Veja 25 anos, em 1993, Betinho
diz:
No combate à fome há
o germe da mudança do país. Começa por rejeitar o que era tido como inevitável.
Todos podem e devem comer, trabalhar e obter uma renda digna, ter escola,
saúde, saneamento básico, educação, acesso à cultura. Ninguém deve viver na
miséria. Todos têm direito à vida digna, à cidadania. A sociedade existe para
isso. Ou, então, ela simplesmente não presta para nada. O Estado só tem sentido
se é um instrumento dessas garantias. A política, os partidos, as instituições,
as leis só servem para isso. Fora disso, só existe a presença do passado no
presente, projetando no futuro o fracasso de mais uma geração. [...] Tenho fome
de humanidade. (SOUZA, Herbert, 1993)
Betinho, se tornou assim, uma das maiores referencias da
luta pelo combate a pobreza e a desigualdade social no Brasil, foi um crítico e
um visionário nas questões sociais, e na promoção a cidadania e a solidariedade
diante os problemas no país. Valendo destacar sua atuação política e social, na
transformação da realidade brasileira.
REFERÊNCIAS:
AÇÃO
DA CIDADANIA. Nossa História.
Disponível em: http://www.acaodacidadania.com.br/?page=historia.
Acessado em: 13/04/2018.
INTERPRETES
DO BRASIL. Apresentação. Disponível
em: http://www.interpretesdobrasil.org/sitePage/16.av.
Acessado em: 13/04/2018.
SOUZA,
Herbert José. O Pão Nosso. IN: Veja
25 anos, São Paulo: Abril. 1993.
Nenhum comentário:
Postar um comentário