Os impactos ambientais em todo o mundo vem sendo algo
constante, mesmo diante tantas reflexões ecológicas. Dos grandes crimes ambientais
as destruições em massa da Natureza, nos mostram como a falta de humanidade com
o Planeta é constante. A canção Absurdo
de Vanessa da Mata é uma ótima reflexão diante destes impactos.
Os avanços das tecnologias e das ciências são grandes marcos da
sociedade capitalista moderna. Tais avanços contribuíram para o desenvolvimento
econômico e humano em todo o planeta. Mas também um outro olhar, mais crítico e
negativo dos avanços do desenvolvimento da Era Moderna.
O sociólogo alemão Ulrich Beck (1944-2015) publicou na década de 1980
uma das suas principais obras, o livro Risikogesellschaft
(1986), trazendo a reflexão sociológica da Sociedade de Risco. A teoria
provocada por Beck ganhou maior dimensão principalmente pela tragédia nuclear de
Chernobyl, na Ucrânia meses depois da publicação do livro.
Livro - Sociedade de risco - Beck -1986 |
Falar de aquecimento global, e os impactos do desenvolvimento econômico
e do consumismo é ir de frente com o pensamento e a ganância humana presente na
ideia de poder e status. Podemos
também refletir a alienação do indivíduo diante os avanços da ciência e das
tecnologias. Para Theodor Adorno (1903 - 1969) e Max Horkheimer (1895 - 1973) na obra Dialética
do esclarecimento: fragmentos filosóficos (1947) promove uma reflexão
crítica ao fenômeno denominado de Razão Instrumental, no qual chama atenção da
alienação humana diante o campo da racionalidade no mundo moderno.
Tais leituras são reflexões de compreender o afastamento do ser humano
com a natureza, criando um complexo de superioridade de nós humanos diante todo
o planeta, e ao mesmo tempo criando um sentido de descarte dos recursos
naturais.
A canção Absurdo do álbum Sim (2007) da cantora e compositora
Vanessa da Mata, traz em sua letra uma provocativa diante este descaso com a
Natureza. Observar as tragédias e os crimes ambientais presentes cada vez mais
no Brasil e no mundo, é mostrar o quanto o termo de desenvolvimento capitalista
se torna falido no sentido humano. A cantora nos incomoda ao refletir tais
questões, com uma bela melodia e uma letra marcante.
Confira abaixo a canção:
Absurdo
Cantora e Compositora: Vanessa
da Mata
Havia
tanto pra lhe contar
A
natureza
Mudava
a forma o estado e o lugar
Era
absurdo
Havia
tanto pra lhe mostrar
Era
tão belo
Mas
olhe agora o estrago em que está
Tapetes
fartos de folhas e flores
O
chão do mundo se varre aqui
Essa
idéia do natural ser sujo
Do
inorgânico não se faz
Destruição
é reflexo do humano
Se
a ambição desumana o Ser
Essa
imagem infértil do deserto
Nunca
pensei que chegasse aqui
Auto-destrutivos,
Falsas
vitimas nocivas?
Havia
tanto pra aproveitar
Sem
poderio
Tantas
histórias, tantos sabores
Capins
dourados
Havia
tanto pra respirar
Era
tão fino
Naqueles
rios a gente banhava
Desmatam
tudo e reclamam do tempo
Que
ironia conflitante ser
Desequilíbrio
que alimenta as pragas
Alterado
grão, alterado pão
Sujamos
rios, dependemos das águas
Tanto
faz os meios violentos
Luxúria
é ética do perverso vivo
Morto
por dinheiro
Cores,
tantas cores
Tais
belezas
Foram-se
Versos
e estrelas
Tantas
fadas que eu não vi
Falsos
bens, progresso?
Com
a mãe, ingratidão
Deram
o galinheiro
Pra
raposa vigiar