Quando a poesia nos emociona por sua simplicidade,
ela acaba marcando mais em nossa vida. O poeta Felipe Cortez traz em seus
poemas uma simplicidade, mas rica na expressão. O poema Menininha é um exemplo
destas características.
Artista, produtor cultural, e poeta, o jovem
taiobeirense Felipe Cortez é conhecido por vários trabalhos envolvendo a arte e
a cultura. Ligado muito ao teatro, Felipe traz em suas peças e apresentações, características
regionais populares do Vale do Jequitinhonha e Norte de Minas, a uma arte moderna
contemporânea.
Preservando a nossa cultura local, e ao mesmo tempo
inovando e refletindo a modernidade, ou “mudernidade” na expressão roseana de
Guimarães Rosa. E nesta mistura de
moderno e regional, ele não só produz no teatro, mas nos versos dos seus
poemas.
O seu poema Menininha
– Venus em Lua, traz uma simplicidade tamanha, mas provoca uma emoção que
provoca uma viagem dentro dos seus versos. Vencedora de saraus de poesias, Menininha envolve qualquer público, da criança
a idoso, da cultura popular a erudita, pois não se trata de refletir, mas de
sentir.
Por: Felipe Cortez.
Faz
arte menina que dança,
Faz
trança menina que canta,
Menina
que conta e encanta,
Os
contos de minas,
Salve
menina que brinca,
Na
rua de amarelinha,
Pula
corda, cirandinha,
Não
deixa morrer nossos costumes,
Pede
a benção menina que cuida,
Cuida
da terra, dos avós,
Dos
animais e rodopia na chuva,
Menina
da roça sim senhor,
Menina
inocente, mas menina decente,
É
tão pequena, mas na simplicidade se torna grande,
Se
assusta com o barulho das máquinas,
Chora
pelas arvores caindo,
Pelos
bichinhos sozinhos, sem defensor,
Menina
Menina, segue seu caminho,
Nesse
mundo sem carinho,
Só
não perca esta flor,
Que
cresce dentro de você,
E
faz seus olhos verem o mundo, com outra cor.
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