23 de jun. de 2015

Festa de São João: religiosidade e astrologia.



Falar de mês de junho no sertão brasileiro é lembrar-se de uma das festas mais populares do país, as Festas Juninas, que comemora três santos do catolicismo: Santo Antônio (13/06), São Pedro (29/06) e o mais lembrado São João (24/06).
 
Festa de São João - Naif Nerival Rodrigues

A Festa Junina, ou Festa de São João, que se popularizou e se tornou patrimônio cultura do Brasil tem uma longa origem. Desde os rituais ao Sol, com a festa do solstício de verão no hemisfério norte, e de inverno no hemisfério sul, são rituais marcados por crenças, como os gregos que festejavam com bebedeiras homéricas e orgias dionisíacas, ou no hinduísmo que festejavam em nome de Agni, o deus do fogo.
Sendo estas crenças ligadas ao cosmo, diante a conexão astral. Pois a festa do solstício de verão ou inverno, que está relacionada ao tempo da colheita. Onde no hemisfério norte é marcado o período de maior calor, e por se tratar de regiões de longos períodos de geadas, o calor favorece a produção agrícola, enquanto ocorre o oposto no hemisfério sul, onde neste período é mais frio, porém época de estiagem e de colheita do que plantou.
A festa de solstício é marcada assim, pela fartura da colheita, e das festanças em agradecimento ao que foi colhido. Como ocorre no sertão brasileiro no período das festas juninas, principalmente em dia de São João, onde marca o final e o inicio do ciclo da produção, pois na noite de 23 para 24 de junho, noite de São João, se conclui o trabalho do produtor do campo, mas marca o inicio de um novo ciclo de trabalho.
A fogueira é uma marca da cultura hinduísta e europeia pagã, mas desde as passagens bíblicas, como a anunciação do nascimento de João Batista, foi aceita pelo cristianismo católico, simbolizando o calor da vida. As danças tem a origem europeia pagã, como já mencionada a cultura grega, com a sensualidade, a conquista, o acasalamento e a fertilidade. Já as comidas, marcam a colheita e a cultura, simbolizando no Brasil, a cultura africana e indígena com a culinária (canjica, chá de amendoim, quentão, paçoca de carne, tapioca, etc.). Assim como a ornamentação da festa, que também é influência da cultura indígena e negra, com todo seu colorido e alegria. Os fogos são marcas da cultura nipônica, principalmente chinesa. E a religiosidade com a comemoração dos santos, da cultura ocidental cristã católica.
Assim é o São João, festa que representa a nossa ruralidade, conceito esse que é definido na cultura do sertanejo. Falar de ruralidade é caracterizar a origem da cultura brasileira, que até as décadas de 1930 e 1940, maior parte da população do país era rural, e mesmo com a urbanização e industrialização, o rural marca a cultura do país, que tem ainda a produção agrícola como potência econômica, e a festa de São João junto com o Carnaval como maior festa popular do Brasil, sendo um patrimônio cultural brasileiro. 

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