Falar de mês de junho no sertão brasileiro é lembrar-se
de uma das festas mais populares do país, as Festas Juninas, que comemora três
santos do catolicismo: Santo Antônio (13/06), São Pedro (29/06) e o mais
lembrado São João (24/06).
A Festa Junina, ou Festa de São João, que se
popularizou e se tornou patrimônio cultura do Brasil tem uma longa origem.
Desde os rituais ao Sol, com a festa do solstício de verão no hemisfério norte,
e de inverno no hemisfério sul, são rituais marcados por crenças, como os
gregos que festejavam com bebedeiras homéricas e orgias dionisíacas, ou no
hinduísmo que festejavam em nome de Agni, o deus do fogo.
Sendo estas crenças ligadas ao cosmo, diante a
conexão astral. Pois a festa do solstício de verão ou inverno, que está
relacionada ao tempo da colheita. Onde no hemisfério norte é marcado o período
de maior calor, e por se tratar de regiões de longos períodos de geadas, o
calor favorece a produção agrícola, enquanto ocorre o oposto no hemisfério sul,
onde neste período é mais frio, porém época de estiagem e de colheita do que
plantou.
A festa de solstício é marcada assim, pela fartura
da colheita, e das festanças em agradecimento ao que foi colhido. Como ocorre
no sertão brasileiro no período das festas juninas, principalmente em dia de
São João, onde marca o final e o inicio do ciclo da produção, pois na noite de
23 para 24 de junho, noite de São João, se conclui o trabalho do produtor do
campo, mas marca o inicio de um novo ciclo de trabalho.
A fogueira é uma marca da cultura hinduísta e
europeia pagã, mas desde as passagens bíblicas, como a anunciação do nascimento
de João Batista, foi aceita pelo cristianismo católico, simbolizando o calor da
vida. As danças tem a origem europeia pagã, como já mencionada a cultura grega,
com a sensualidade, a conquista, o acasalamento e a fertilidade. Já as comidas,
marcam a colheita e a cultura, simbolizando no Brasil, a cultura africana e
indígena com a culinária (canjica, chá de amendoim, quentão, paçoca de carne,
tapioca, etc.). Assim como a ornamentação da festa, que também é influência da
cultura indígena e negra, com todo seu colorido e alegria. Os fogos são marcas
da cultura nipônica, principalmente chinesa. E a religiosidade com a
comemoração dos santos, da cultura ocidental cristã católica.
Assim é o São João, festa que representa a nossa
ruralidade, conceito esse que é definido na cultura do sertanejo. Falar de
ruralidade é caracterizar a origem da cultura brasileira, que até as décadas de
1930 e 1940, maior parte da população do país era rural, e mesmo com a
urbanização e industrialização, o rural marca a cultura do país, que tem ainda
a produção agrícola como potência econômica, e a festa de São João junto com o
Carnaval como maior festa popular do Brasil, sendo um patrimônio cultural
brasileiro.