Desejo
o melhor a todos os professores que lutam pela valorização da Educação. Uma
homenagem a educadora Roseni de Oliveira Alves (mãe), que por mais de 32 anos
fez parte da vida de muita gente, na construção e formação dos lugares por onde
passou.
Em 15 de outubro de 1827, o imperador Dom Pedro I
decretou a criação do ensino elementar no Brasil como o próprio documento diz
que, “todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras
letras”, garantindo uma grade curricular, a descentralização do ensino, e
garantindo um salário aos docentes. Em 1963, o presidente João Goulart assina o
decreto federal 52.682/63,
criando como feriado escolar o Dia do Professor em todo o país, sendo um
reconhecimento ao papel dessa profissão à sociedade, e uma lei de grande valor
a Educação no Brasil.
O Professor é sempre homenageado em seu dia, sempre
reconhecido pela importância de seu trabalho na formação da sociedade. Mas ao
sairmos desse cenário comemorativo deparamos com o descaso a profissão do
educador. Há anos a luta da educação bate na mesma tecla: o descaso com os
profissionais que levam títulos muitas vezes de “mestre do saber” desde os
baixos salários, as condições de trabalho. O que leva alguém a se preparar anos
para lecionar com todas estas condições? Porque se diz tanto o valor do
educador na sociedade, mas o coloca em precárias condições?
Max Weber (1864-1920), em sua obra Ciência e política –
duas vocações, diz que a ciência como vocação está tanto no campo da
racionalidade quanto no campo do irracional. Sendo a especialização, o
progresso e a personalidade racionais, e a paixão, a inspiração e o talento os
lados irracionais. Weber diz que “é preciso agir de outro modo, entregar-se ao
trabalho e responder às exigências de cada dia – tanto no campo da vida comum,
como no campo da vocação. Esse trabalho será simples e fácil, se cada qual
encontrar e obedecer ao “demônio” que tece as teias de sua vida” (WEBER, p.
52). Ou seja, ser professor é enfrentar todos os desafios postos, é lutar e
dedicar todos os dias. É além de ser capaz ter paixão pelo que faz.
Em tributo a um grande símbolo da Educação no Brasil, que
disse “o homem deve ser o sujeito de sua própria educação. Não pode ser o
objeto dela. Por isso, ninguém educa ninguém”, Paulo Freire (1921-1997), deixou
em sua filosofia que o papel do educador e neutra e de suma importância na
condução do despertar das vocações do individuo e da liberdade e igualdade a
partir da educação.
“Sou professor a favor da luta constante contra qualquer forma de discriminação, contra a dominação econômica dos indivíduos ou das classes sociais. Sou professor contra a ordem capitalista vigente, que inventou esta aberração: a miséria na fartura. Sou professor a favor da esperança que me anima, apesar de tudo.” (FREIRE, 2000: 115).