Em Grão
Mogol, Norte de Minas Gerais, a arte e a religiosidade se encontram no Maior
Presépio Natural do Mundo.
Em 1223, com a pregação de São Francisco, que de forma
teatral e ilustrativa mostrava as pessoas como foi o nascimento de Jesus Cristo,
surgiu os primeiros presépios natalinos. Inspirando esta arte secular em todo o
mundo, inclusive presente na diversidade cultural brasileira. Sendo adaptada a
cada realidade, mas trazendo a mesma mensagem, a representação do nascimento de
Jesus, e com isto dando origem ao cristianismo.
Feito de barro, madeira, louça, entre outros materiais, e
se modernizando ao longo do tempo, o presépio faz parte de um dos símbolos mais
fortes do Natal cristão, inclusive sendo importante na origem de outra
festividade do catolicismo, as Folias de Reis.
A figura de Mara, José e o Menino Jesus, representando a
Sagrada Família, dentro de um estábulo, com vários animais representados, e com
a chegada dos Três Reis Magos, e o anjo Gabriel, que anunciou o nascimento de
Cristo, o presépio é uma arte que vai além do conto da história cristã. Ele também
representa questões socioculturais, pois dependendo de onde ele foi feito, traz
características e representações locais.
Presépio Mão de Deus - Grão Mogol - MG
No Norte do Estado de Minas Gerais, na cidade de Grão
Mogol, feito sobre um incrível paraíso pedregoso, foi criado o maio presépio
natural a céu aberto do mundo, o Presépio Mão de Deus. Inaugurado em 09 de
dezembro de 2011, o grande presépio de Grão Mogol, traz suas características e
representações locais, levando de forma única à história do nascimento de
Cristo, aos turistas de várias partes do país, e até de outros lugares do
mundo.
A
Taioba planta típica da América do Sul, espalhada pelo mundo, têm em Taiobeiras
– MG, seu lugar de encontro e partida, entre o Sudoeste e o Nordeste, entre o
local e o global.
A taioba é uma hortaliça da família Arácea e originária
das regiões tropicais da América do Sul. Hoje em dia é cultivada e consumida em
países da América Central, África e Ásia.
No Brasil, o maior consumo ocorre nos estados da Bahia,
Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, presentes nos biomas da Mata
Atlântica e Cerrado. No Sudeste consome-se a folha, enquanto no Nordeste é
comum o consumo do rizoma (a “batata”).
A taioba é uma excelente fonte de ferro, fósforo, cálcio,
potássio e manganês, comparando-se às fontes tradicionais desses elementos. As
folhas são mais nutritivas que os rizomas e são muito usadas na cozinha mineira
em substituição à couve. Já a “batata”, que também tem seu valor nutricional,
se faz de várias formas, principalmente cortadinha e cozinhada junto à carne moída.
No encontro do Sudeste com o Nordeste, na mesorregião do
Norte de Minas Gerais, a Taioba se faz presente, seja a da “brava” (que não
pode ser consumida) e da “mansa” (a que pode ser consumida), e em uma região
com grande concentração delas, surgiu o sítio Bom Jardim das Taiobeiras, hoje
Taiobeiras – MG, lugar de encontros e partidas, no entroncamento que liga Minas
e Bahia.
Os
Gerais correspondem o território do Sertão Mineiro, o Norte de Minas o Noroeste
Mineiro e os Vales do Jequitinhonha e Mucuri, atingindo até o Sertão Baiano,
região do Sudoeste da Bahia. Mas não se limita aqui apenas a um território,
falar dos Gerais é compreender a identidade para além do território. Entre
vários povos e comunidades tradicionais que habitam este território, destaca os
Povos Geraizeiros.
Os Geraizeiros são povos tradicionais dos Gerais, ou
seja, do Cerrado Brasileiro, e que caracteriza o grande território mineiro da
mesorregião do Norte de Minas Gerais, entre as bacias do São Francisco, Rio
Pardo e Jequitinhonha, ou seja, o Sertão Mineiro. Lugar de resistência e
identidade.
Identidade esta que se conecta com a ruralidade, o
pertencimento ao território e a relação com o trabalho rural. Assim os povos
Geraizeiros, que a partir do Decreto nº. 6.040/2007 foi reconhecido enquanto povos
e comunidades tradicionais simboliza uma das várias culturas e identidades da
diversidade do Povo Brasileiro. Sendo bastante expressiva na diversidade dos
povos do território mineiro, inclusive falar de Minas Gerais, é compreender
para além dos territórios das minas de ouro, as Gerais, nas suas relações
sociais, culturais, políticas e econômicas.
Foto Elisa Cotta
Nesta proposta compreender os povos Geraizeiros, é
compreender os Gerais, que tem a agricultura familiar como símbolo de sua
economia. O catolicismo popular, dentro de um processo sincrético, na característica
da religiosidade do seu povo, exemplo disto e as festividades das Folias de
Reis e as festas de São João. Podemos citar também o linguajar, que mistura o
baianês com o mineres, criando o dialeto baianeiro como identidade do Geraizeiro.
Mas esta população, de identidade marcante, com seu
pertencimento intenso ao território que habita, sofre a gerações grandes
ameaças. Isto parte muito da desvalorização do seu território e de sua cultura,
associando os povos do Sertão Mineiro, como atrasados e miseráveis. E assim o
forasteiro apropria do seu território, e o explora na relação do trabalho,
exemplo disto é a monocultura do eucalipto na região.
Foto: Peter Caton
Por isto falar dos povos e comunidades tradicionais, aqui
em especial dos Geraizeiros, é falar de resistência e luta, diante a
hegemonização da cultura de massa, da exploração do sistema capitalista, que
não reconhece as minorias sociais, e desrespeita os seres humanos e a natureza
em prol do seu “desenvolvimento”.
Os Geraizeiros são símbolos da nossa riqueza social, cultural
e econômica. Que representa: a luta da sustentabilidade na relação seres
humanos e natureza; o pertencimento ao território e os valores culturais da sua
identidade; e aos diversos povos e comunidades tradicionais espalhados pelo
território mineiro e brasileiro.
O Rio São Francisco ou Velho Chico, chamado também de
Opará pelas etnias indígenas, ou o rio/mar, por sua grande dimensão. Nascendo no
município de São Roque em Minas Gerais, na região do Parque Nacional da Serra
da Canastra, tendo seus afluentes passando por mais de quinhentos municípios, de
sete estados diferentes. E depois de percorrer quase três mil quilômetros,
deságua no oceano Atlântico.
Benjamim Guimarães - Rio São Francisco
Em toda sua extensão, o rio foi palco de muitas histórias
e lendas. Entre estas lendas conta de uma monstruosa criatura que vive nas
profundezas do Chico. Ela teria uma forma humanoide, com uma cabeça grande, mas
apenas com um olho, no centro do rosto, e um corpo deformado, meio peixe, meio
gente. E mesmo de estrutura baixa, teria uma força e velocidade gigantesca,
deslocando rapidamente de um lugar para outro.
Segundo a lenda, ele vive dentro de uma gruta de ouro,
onde ele seria uma espécie de guardião. Alguns mencionam que existe vários dele
espalhado no São Francisco, mas a lenda afirma que existe apenas um, que
assombra todo o rio.
O Caboclo D’água vem assombrando o Velho Chico antes
mesmo da disputa entre colonizadores portugueses e franceses sobre o rio. E tem
em suas principais vítimas lavandeiras, canoeiros e pescadores. Sempre atacando
de forma violenta aqueles que se encontram distraídos nas margens e no meio do
rio.
Carrancas do Velho Chico
Mas este ser, que para muitos é um espírito ruim e
traiçoeiro, teria um grande pavor de dois símbolos místico. Um seria a pintura
de uma estrela, que pescadores e canoeiros, pintam no casco das suas
embarcações. E a outra, que ele teria mais medo ainda, seria uma carranca
esculpida e colocada na proa das embarcações, um símbolo milenar que expulsa os
espíritos malignos.
O Caboclo D’água sem dúvida é um ser místico e que
provoca o imaginário de ribeirinhos do São Francisco e a todos que conhece a
lenda, e sem dúvida ele tem sua representatividade na cultura e folclore
sertaneja brasileira. Podemos achar que é apenas uma lenda para assustar
crianças teimosas que querem entrar no rio, mas á conselho de qualquer canoeiro
e pescador, é sempre bom pintar sua estrela e/ou colocar sua carranca, e fique
atento, pois ele é traiçoeiro e violento, e pode te levar para o fundo do Chico.
As festividades juninas sem dúvidas faz parte da
identidade brasileira, especificando aqui a identidade sertaneja,
principalmente do Norte e Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais, a todo
interior do Nordeste Brasileiro. Mas engana quem acha que esta festividade é
apenas ligada a crença cristã católica, ela tem suas origens antes mesmo de
Cristo, e dos santos católicos que popularizaram com ela.
São João, São Pedro e Santo
Antônio, sem dúvida popularizaram as Festas Juninas em todo o Brasil,
principalmente na cultura caipira e sertaneja, mas esta festividade tem origens
muito antes dos santos da Igreja Católica, e antes mesmo do próprio
cristianismo.
Santo Antônio
As festas juninas são
milenares, de origem pagã, com o solstício de verão no hemisfério norte, no dia
24 de junho, os povos hindus comemoram esta data em agradecimento ao Sol, pela
contribuição a fertilidade da terra, e a fartura da colheita.
Esta festividade foi adotada
pelo cristianismo, tendo na figura de São João Batista, o anunciador de Jesus
Cristo, comemorado neste dia. Onde segundo as passagens sagradas cristãs, São
João, nasceu exatamente em 24 de junho, representando o dia de solstício de
verão, e Cristo, seis meses depois, em 25 de dezembro, no solstício de inverno,
no hemisfério norte, o que corresponde o oposto no hemisfério sul.
São João
No Brasil a festa veio desde
o processo de colonização europeia, que impôs a crença cristã, sendo os
jesuítas portugueses responsáveis por popularizarem as comemorações de Santo
Antônio (13 de Junho), São João (24 de Junho) e São Pedro (29 de Junho), e
dentro do processo de sincretismo religioso e cultural, as celebrações
religiosas, começaram a ganhar uma nova identidade. As danças de roda, em
destaque a quadrilha, e a musicalidade, também têm características dos povos
europeus, principalmente dos portugueses e franceses.
Os fogos têm origens
principalmente dos povos orientais, como a origem das fogueiras, que já adotada
no cristianismo, tem na cultura do hinduísmo em comemoração ao Deus Agni, e as
festas de solstício do hemisfério norte. Já os fogos de artifício têm em sua
origem os povos chineses.
Os povos indígenas, e os povos africanos,
também contribuíram na identidade da Festa Junina. Muito da culinária, que
simboliza a festividade, tendo o milho como um dos alimentos mais simbólicos
vem das culturas indígenas. Assim como o tempero das culturas africanas.
São Pedro
A festividade ganhou traços
e identidade em todo o território nacional. Sendo mais forte no interior do
país, carregando tradição, mas ao mesmo tempo se modernizando. A fogueira, as
danças, a comida, bandeirolas, bandeiras, fogos, fazem parte de tradições, que
foram se modernizam ao longo do tempo.
Uma festa com várias origens
em um processo de sincretismo é comum estas transformações, que carrega
tradições, mas é traduzida de acordo o lugar e época que se passa. Sempre
carregando a identidade de pertencimento, principalmente no Sertão, onde se
torna o lugar das memórias e dos encontros. E assim demonstra porque faz da
nossa identidade, e representa o povo e a cultura sertaneja, geraizeira,
caatingueira, nortemineira, catrumana, entre outras.
Pedra Azul é uma cidade do interior mineiro, na mesorregião
do Vale do Jequitinhonha, e como toda cidade interiorana do território mineiro,
Pedra Azul tem muitas histórias e lendas, uma mistura religiosa e mística que
provoca uma imaginação rica e marcante na cultura local. Mas a lenda
pedrazulense não é qualquer lenda, e transcorre de geração em geração, e é
reconhecida em todas as partes do país.
No final do século XVIII, exatamente em 1799, inicia a
lenda do Bicho da Carneira, com o nascimento de Joaquim Antunes de Oliveira, no
antigo povoado de Gorutuba, conhecida hoje como Janaúba – MG, mas se mudou para
o antigo Arraial de Nossa Senhora da Boca da Caatinga, conhecida hoje como
Pedra Azul. Coronel de renome era conhecido por sua arrogância e violência.
Igrejinha de N.S. da Conceição - Pedra Azul - MG
Conta que uma vez, ele invadiu uma celebração eucarística
na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, próximo a sua residência, na avenida
que hoje leva seu nome, quando uma comissão de padres da ordem jesuítas
visitava a paróquia local. Ele foi excomungado pelos religiosos, e alguns
contos desta lenda remetem a este fato, a uma doença rara que Joaquim Antunes
sofreu anos depois, que deixou paralisado e sem convívio social, levando a
morte.
Mas este não é o único ato da brutalidade de Joaquim.
Conta quem certo dia, após trabalhar o dia todo encima do lombo de uma mula,
ele queria ir à cidade e utilizar o mesmo animal, que já estava exausto. Sua
mãe, o interviu impedindo ele de sair com a mula. Ele em um ato de total
descontrole, pegou a sela e colocou em sua própria mãe, e foi da sua fazenda na
comunidade rural de Gameleira, até sua residência em Pedra Azul, montado em sua
própria mãe.
Estes são alguns dos atos, da brutalidade do fazendeiro,
que segundo a lenda, interfere nos atos pós a sua morte. Que segundo conta, ele
foi enterrado no cemitério de Cantigas, em Pedra Azul, e por questões
políticas, seus restos mortais, foram levados para uma região mais afastada. E
segundo os moradores daquela época, começaram a surgir coisas estranhas na
cidade.
Rachaduras foram encontradas no novo tumulo, e pelos de
animal foram visto dentro das fendas. Além de pessoas que viram um animal
misterioso, parecido com um cachorro em vários lugares do município, e até
mesmo na região. E mesmo tampando as fendas no tumulo, passava pouco tempo,
elas abriam e eram vistos os pelos novamente. Na fazenda Gameleira, uma vara de
porcos sumiu de repente em uma madrugada. E vários casos foram relatados.
Assim a desconfiança que Joaquim Antunes, diante sua brutalidade,
que foi excomungado, e de todo ódio que o rodeia, o fez retornar dos mortos
para aterrorizar as pessoas.
Para uns ele aparece em forma de um cão humanoide, todo
preto e com um olhar de raiva. Pronto para atacar qualquer um que aparecer,
seja gente o bicho, o que explicaria o sumiço de animais na região, ou pessoas
perseguidas no meio da noite. E este Bicho, teria um pavor enorme de chicote, o
mesmo que usou ao cavalgar em sua mãe.
Pedra Azul - MG
Para outros um homem estranho, vestindo capote, e que
aparece sempre para pessoas que cometem atos ruins como os dele, como forma de
punir e amaldiçoar como foi feito com ele.
Outros já o retratam que ele surge como um homem jovem e
atraente, que se hospedam em ótimas pousadas e hotéis, comendo refeições que
daria para vinte homens, e indo embora deixando apenas um bilhete, se
identificando como Joaquim Antunes, e solicitando que coloque a conta para ser
paga a seus parentes e descendentes.
O Bicho de Pedra Azul, ou o Bicho da Carneira, continua
saindo de seu túmulo, sempre que o ódio toma conta dos restos mortais de
Joaquim Antunes. Alguns dirão que se trata de uma lenda para assombrar crianças
malcriadas, outros vão dizer que é real, e já o viu, ou sabe de alguém que teve
contato com ele. Mas fato é, o Bicho esta presente no nosso imaginário e na
cultura não só de Pedra Azul, mas no folclore brasileiro.
No dia 25 de dezembro,
enquanto em vários lugares do mundo os cristãos celebram o Natal, nos Gerais
mineiro, e em vários lugares do Brasil, iniciam as Folias de Reis,
representando a busca ao “Rei dos Judeus”, Jesus Cristo, encerrando no dia 06
de janeiro, Dia dos Três Reis Magos, Baltazar, Belchior e Gaspar. E em Taiobeiras, referenciar a Folia de Reis é
mencionar o mestre Juca Grosso e seu Terno que faz parte da cultura do
município.
Juca Grosso (1908/1989)
As tradições do Natal vêm se homogeneizando ao longo das
últimas décadas, principalmente diante a influência das mídias (televisão e
internet), trazendo uma padronização dos rituais e simbolismos para esta data emblemática
do catolicismo. Mas algumas tradições locais/regionais, ainda resistem diante
estas influências globais, uma delas são as Folias de Reis.
O Natal que ficou datado apenas em 335, pelo Papa Júlio
I, no dia 25 de dezembro, começou a ganhar características e simbolismos ao
longo do tempo. Como o presépio, um arranjo de imagens simbolizando o
nascimento de Cristo, tendo além da figura do “Menino Jesus”, a imagem de seus
pais, Maria e José, dos animais presentes no estábulo, no qual Cristo nasceu, e
os Três Reis Magos, que foram ao encontro daquele que a Estrela de Belém,
indicava ser o Rei dos Judeus.
E com esta simbolização deste ícone natalino, o presépio
se tornou uma influência de uma grande festividade, iniciada na Europa, não
tendo uma informação concreta de quando, e que chegou ao Brasil, e foi
difundida e adaptada em várias regiões, como o Norte de Minas Gerais. Estamos
falando da Folia de Reis, um festa de origem religiosa, mas que transcende para
além do cristianismo, comemorado entre o dia 25 de dezembro, quando é
simbolizado o nascimento de Cristo, ao dia 06 de janeiro, dia no qual os Três
Reis Magos chegaram ao encontro com o Menino Jesus, sendo também o dia de desmontar
os presépios.
Em Taiobeiras – MG, as Folias de Reis tiveram sua força e
tradição durante o século XX, período no qual o município começava a
desenvolver, deixando de ser um pequeno povoado, e se emancipando. E a
festividade é sem duvida uma forte tradição na formação da identidade e da
cultura taiobeirenses, mesmo nas últimas décadas havendo uma decadência da
continuidade dos Ternos e/ou Folias, assim conhecidos os grupos de reiseiros
quem vão de casa em casa, visitando os presépios para ir ao encontro do Menino
Jesus, assim como os Reis Magos.
Falar de Folias de Reis em Taiobeiras é falar de Juca
Grosso e sua família que juntos formavam um dos ternos mais famosos da região,
que levava seu nome. Claro que temos que sempre nos lembrarmos de outros tão
importantes quanto, como a Folia de Zé de Vina, Chiquinho Cocá e Zé Cocá, entre
ouras, inclusive destacando os grupos que formaram no final do século XX e
ainda preservam esta tradição.
O Senhor José Diniz de Amorim, conhecido simplesmente por
Juca Grosso, nasceu em 08 de outubro de 1908, que recebeu os ensinamentos de
seu pai, José Clemente de Amorim, conhecido por José Grosso. Formou assim uma
das folias mais tradicionais da região de Taiobeiras. Visitando os presépios de
cada casa, entre o primeiro dia do ano, ao dia 06 de janeiro, para festeja o
nascimento de Cristo, lembrando que naquela época as tradições do Natal eram
outras.
Assim Juca Grosso se tornou o grande reiseiro da região,
levando alegria e muita festa com sua Folia, fazendo parte da memória e da
identidade da população de Taiobeiras. Mesmo após seu falecimento em 12 de junho
de 1989, e da perca da força das Folias de Reis, a partir também de outras
tradições inseridas nas festividades natalinas, o pertencimento, e a formação
da cultura local que a Folia de Reis, e Juca Grosso e todos os reiseiros
deixaram, sempre estarão na identidade de Taiobeiras.