31 de mai. de 2018

Espaço Musical: É Fim de Mês

Raul Seixas é sempre colocado como um profeta, por trazem em suas composições de mais de três décadas, letras que retratam muito bem a realidade atual. Infelizmente não é profecia de Raulzito, mas sim uma realidade brasileira que pouco mudou de lá para cá. O que não descarta o quanto Raul é afrente do seu tempo, e no leva a refletir os problemas sociais. Assim aproveitar que É fim de Mês, toca Raul.

Raul Seixas
Em 1975, Raul Seixas, ou simplesmente Raul, lançava um do seus disco de sucesso, Novo Aeon.  Que trazia composições suas junto a outros compositores, como o seu grande parceiro, o escritor Paulo Coelho. Canções que promovia uma visão mais próxima do cotidiano, mas sem deixar grandes reflexões e provocações mais filosóficas. Além de uma “salada musical”, do rock and roll de Elvis e Beatles, a o baião de Gonzaga.
Com letras com linguagem simples, e retratando a vida das pessoas, Raul em pleno período de ditadura militar no Brasil, conseguia provocar críticas aos problemas que o país vivia, como a crise financeira dos anos 1970, em todo mundo. Ao mesmo tempo trazia o dia-a-dia das pessoas, envolvendo fé, sentimentos, etc.
Raul Seixas - Novo Aeon - 1975
Na música É Fim do Mês, Raulzito traz o cotidiano de todos que ralam para pagar as contas todos os meses, e provoca reflexões sobre a sociedade do consumo, e o sistema capitalista sobre nossas relações cotidianas. De forma divertida, em uma mistura de baião, rock, rumba, blues e candomblé, Raul retrata a situação de um indivíduo que todo mês rala para pagar as contas, e garantir seu consumo por status e necessidade diante a sociedade do consumo. 


Confira abaixo a Canção:

É Fim do Mês
Compositor: Raul Seixas

É fim de mês, é fim de mês, é fim de mês
É fim de mês, é fim de mês!

Eu já paguei a conta do meu telefone
Eu já paguei por eu falar e já paguei por eu ouvir
Eu já paguei a luz, o gás, o apartamento
Kitnet de um quarto que eu comprei a prestação
Pela caixa federal, au, au, au
Eu não sou cachorro não (não, não, não)!
Eu liquidei a prestação do paletó, do meu sapato, da camisa
Que eu comprei pra domingar com o meu amor
Lá no cristo redentor, ela gostou (oh!) e mergulhou (oh!)
E o fim de mês vem outra vez!

Eu já paguei o peg-pag, meu pecado
Mais a conta do rosário que eu comprei pra mim rezar Ave Maria
Eu também sou filho de Deus
Se eu não rezar eu não vou pro céu
Céu, céu, céu
Já fui pantera, já fui hippie, beatnik
Tinha o símbolo da paz pendurado no pescoço
Porque nego disse a mim que era o caminho da salvação
Já fui católico, budista, protestante
Tenho livros na estante, todos tem explicação
Mas não achei! Eu procurei!
Pra você ver que procurei
Eu procurei fumar cigarro Hollywood
Que a televisão me diz que é o cigarro do sucesso
Eu sou sucesso! Eu sou sucesso!
No posto esso encho o tanque do meu carrinho
Bebo em troca meu cafezinho, cortesia da matriz
"There's a tiger no chassis"

Do fim do mês, do fim de mês
Do fim de mês eu já sou freguês!
Eu já paguei o meu pecado na capela
Sob a luz de sete velas que eu comprei pro meu Senhor do Bonfim, olhai por mim!

Tô terminando a prestação do meu buraco, do
Meu lugar no cemitério pra não me preocupar
De não mais ter onde morrer
Ainda bem que no mês que vem
Posso morrer, já tenho o meu tumbão, o meu tumbão!

Eu consultei e acreditei no velho papo do tal psiquiatra
Que te ensina como é que você vive alegremente
Acomodado e conformado de pagar tudo calado
Ser bancário ou empregado sem jamais se aborrecer
Ele só quer, só pensa em adaptar
Na profissão seu dever é adaptar
Ele só quer, só pensa em adaptar
Na profissão seu dever é adaptar

Eu já paguei a prestação da geladeira
Do açougue fedorento que me vende carne podre
Que eu tenho que comer
Que engolir sem vomitar
Quando às vezes desconfio
Se é gato, jegue ou mula
Aquele talho de acém que eu comprei pra minha patroa
Pra ela não me apoquentar

E o fim de mês vem outra vez

26 de mai. de 2018

Canto Poético: Taiobeiras


A comunicação é sem dúvida uma necessidade humana. Em Taiobeiras um homem é um símbolo da arte de comunicar. Jornalista, radialista e poeta popular, Zazau é um comunicador nato. Em sua poesia Taiobeiras, deixa uma de suas marcas principais, a preservação da memória do povo Taiobeirense.


Isaías Costa, Zazau
Jornalista, radialista, poeta e escritor, Isaias Costa natural de Taiobeiras - MG, é um dos grandes nomes locais quando se fala de cultura e comunicação. Zazau, assim apelidado, foi fundador do primeiro jornal impresso no Alto Rio Pardo, e que até hoje está em atuação. O Jornal Taiobeiras tem uma linguagem popular, transmitindo informação de toda região.
Como poeta, traz em seus versos uma simplicidade e um resgate de memórias. Zazau é um dos grandes nomes da região da poesia popular, e provoca em seus poemas um sentimento de pertencimento e identidade regional. Transmitindo histórias em poesia, a cultura taiobeirense.
No poema Taiobeiras, publicado no seu livro, Simplesmente Zazau (2015), o poeta nos leva ao passado, no sentimento de pertencimento da formação do município, em seus aspectos, sociais, políticos, religiosos e culturais. Um poema rico, e simples, dentro da proposta da poesia popular e da valorização cultural e identitário.

TAIOBEIRAS
Por: Zazau

Taiobeiras eu fico triste
somente em pensar
que um dia eu voltarei
para NUNCA MAIS voltar

Mais comigo vai saudades
o fim dos sonhos meu
vai o brilho da estrelas
deste céu que e só teu

Vai saudades do Tocão
das pedras da usina
da barragem lá de baixo da barragem lá de cima
de igrejinha na beira do asfalto do jardim
da praça da matriz
da rua grande na rua nova das ruas com  chafariz
das belas festas juninas da multidão de fogueiras
fazendo da minha taioba um chão cheio de estrelas

Isaías Costa, Zazau
Vai saudades da festa de maio
das barraquinhas cobertas de pindoba
ai quanta saudade vou levar de você minha taioba

Vai saudades dos jogos de futebol
que mudavam nosso clima
quando se defrontavam  JK,  ATE e Mina
Taiobeiras sei que vou partir mais creia que vou em paz
pois sei que tu Taiobeiras não me esqueceras jamais


13 de mai. de 2018

Espaço Musical: Hino à Nossa Senhora de Fátima.

A história de Taiobeiras com Nossa Senhora de Fátima vem de muito tempo. A invocação mariana da Igreja Católica que apareceu pela primeira vez em 13 de maio de 1917, a três crianças na região da Cova da Iria, na freguesia portuguesa de Fátima, é um dos símbolos de fé e da cultura de Taiobeiras – MG, desde o início de sua emancipação. 

Festa de Nossa Senhora de Fátima - Taiobeiras 
Fonte: Blog Levon do Nascimento
Em 13 de maio de 1917, Lúcia, e seus primos Francisco e Jacinta, “Os Três Pastorinhos”, foram agraciados quando andavam pela região conhecida como Cova da Iria, na freguesia de Fátima em Portugal, ao ver a invocação mariana da Virgem Maria. Este seria o primeiro de mais cinco aparições de Nossa Senhora as três crianças, ao logo de seis meses, aparecendo sempre no dia 13 de cada mês, até o outubro daquele ano, com exceção do mês de agosto, onde a aparição ocorreu no dia 19.
Um período que marcava a Revolução Soviética, e também o início da I Guerra Mundial. A Virgem Maria que se apresentou como a Senhora do Rosário, pedia as três crianças que orassem pela paz. No dia 13 de outubro, em sua última aparição, dia conhecido como milagre do sol, promessa mencionada em aparições anteriores de Nossa Senhora aos Três Pastorinhos.
Lúcia, Francisco e Jacinta,
os Três Pastorinhos. 
Milhares de pessoas se encontravam junto as crianças (as únicas que enxergavam a Virgem Maria), e presenciaram o fenômeno. Foi quando Nossa Senhora, pediu que todos rezassem pela paz, e que construíssem naquele lugar uma capela em seu nome, para que as pessoas orassem para um mundo melhor.
Desde dia em diante, a imagem de Nossa Senhora de Fátima, se tornou um símbolo da fé cristã católica em Portugal e no mundo todo. No Brasil, em vários lugares o dia de Nossa Senhora de Fátima é celebrado com muita devoção e festividade.
Em 1956, o Frei Jucundiano de Kok, primeiro pároco do município de Taiobeiras – MG, trouxe a imagem de N.S. de Fátima para a cidade, e em nome da santa, construiu a Igrejinha de Nossa Senhora de Fátima. Com sua arquitetura diferenciada, em formato octaedro, em noção a coroa de Nossa Senhora de Fátima, onde se encontra um dos maiores símbolos de fé e de pertencimento cultural de Taiobeiras. Inaugurada em maio de 1957, dando inicio a devoção a N.S de Fátima.
Ao longo destes anos, a Paróquia São Sebastião de Taiobeiras – MG festeja o dia de N.S de Fátima, iniciando as celebrações eucarísticas e as festividades, no início do mês, até o dia 13 de maio, quando se comemora o dia da Virgem Maria que apareceu pela primeira vez na em Fátima, neste mesmo dia.
A festa ganhou grande dimensão, com apoio do poder público, e dos investimentos privados, se tornou referência no comércio local, e mudou entre os anos de 1980 e 1990, para a praça da Igreja da Matriz, por motivos de segurança, já que a praça da Igrejinha, ficava no meio das pistas da Avenida do Contorno, que é o ligamento da rodovia que passa dentro da cidade. Como relata Avay:
Aludida festa tornou-se um misto de atividades religiosas com festejos sociais, porque o programa é elaborado em comum acordo entre a Prefeitura e a Paróquia. (MIRANDA, p.98, 1997)
Mas já no final dos anos 2000, a festa retornou a sua origem, a praça da Igrejinha de N.S. de Fátima, construída em 2009. Separando a festividade religiosa, da festa da cidade, com intuito principal de valorizar a festa religiosa que havia perdido espaço para a festa social do município, e retornar a suas origens, a capelinha de N.S. de Fátima.
Imagem de N.S. de Fátima de Taiobeiras - MG.
Assim a festa que inicia com a novena a Nossa Senhora, e junto a ela, a oração do terço, seguida pela celebração eucarística, e as coroações feitas pelas crianças vestidas de “anjinhos” a Virgem Maria, e também as mães, que iniciou no ano de 1986, além de leilões, apresentações musicais, etc. Terminando com a procissão pela cidade com a imagem de N.S. de Fátima, e com o levantamento do mastro, ato originado pela Liga Católica Operária. A festividade religiosa se tornou a maior dentro do município de Taiobeiras.
Uma festa cheia de tradição e devoção, traz todos os anos temas de reflexão para a sociedade local, promovendo momento de confraternização dos católicos, e de pertencimento aos taiobeirense, diante a cultura e a história que a festa e a Igrejinha e a imagem de Nossa Senhora de Fátima tem para o município. Assim mencionando o Hino à Nossa Senhora de Fátima, na veneração a Virgem Maria, e seu pedido de paz ao mundo.
Hino à Nossa Senhora de Fátima
Canto Católicas

Nossa Senhora, celeste aurora,
A toda hora, o teu olhar.
Tão indulgente e tão clemente,
A toda gente vem confortar

À Fátima vieste, ó mãe querida,
Compadecida do povo teu
E já o mundo inteiro te venera
E considera o amparo teu.

Neste recanto, tranquilo e santo,
Abre teu manto sobre o brasil.
Nele pairando vai derramando,
Vai espalhando favores mil.

Tu és maria conforto e guia
Na travessia que ao céu conduz.
No mar da vida, ó mãe querida,
Doce guarida ser nossa luz.

Ó virgem pura, com que ternura,
Com que ventura celestial.
Pra venerar-te, e mais amar-te
Fomos buscar-te em Portugal.

12 de mai. de 2018

A Parteira: uma representação da vinda ao mundo.

A parteira foi por muito tempo, uma representação de grande importância para a sociedade. Não que perdeu esta relevância social, mas não tem hoje um papel social tão atuante como tempos passados. E fala de parteiras no município de Taiobeiras, e lembrar de Dona Edith Parteira, uma das diversas mulheres que ajudou a trazer para o mundo várias vidas. 

Curso de Parteiras realizado por Dr. Silvo Americano mendes.
Dona Edith é a segunda da esquerda para direita, sentada. 
A profissão de parteira é uma das profissões mais antigas do mundo. Hoje com os avanços da medicina, a profissão acabou se transformando e perdendo suas características tradicionais, e sendo reconhecida hoje como obstetra. Mas o reconhecimento desta profissão trouxe para os tempos atuais, um olhar mais humano (que se perdeu nos partos realizados em clinicas hospitalares), além de entender ainda a necessidade de pessoas qualificadas para realização de partos em casos específicos.
E como descartar uma profissão que fez parte da sociedade e da construção dela, ao logo de séculos. Hoje muitos buscam a antiga profissão, junto como a modernização da saúde, para promover um parto mais humano e saudável. Reconhecendo esta profissão em 05 de maio 1991, mês das mães, pela Organização Mundial da Saúde, sendo comemorado internacionalmente como o Dia das Parteiras, que se tornou um símbolo de segunda mãe. Como Dona Edith Parteira.   
Dona Edith Ferreira da Silva, nascida na região de Itaobim, Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais, em 04 de janeiro de 1925, mudou ainda criança para a cidade de Salinas, no norte mineiro. Criada por seus familiares, casou-se com Januário Dias Corrêa, no qual teve 07 filhos (conhecidos como os Pé de Bode, famosos sanfoneiros), onde morou por muito tempo, na comunidade rural de Matrona, no município de Salinas.  
Já nesta época Dona Edith desenvolveu o dom de trazer vidas ao mundo, sendo conhecida como Edith Parteira. Foi quando na década de 1960, o médico taiobeirense, Silvio Americano Mendes, diante a necessidade de ter um quadro maior de pessoas capacitadas para realização de partos na região, promoveu uma formação para parteiras. Já que na época não tinha estrutura para realização de tal ato, e além de muitas pessoas estarem em longas distâncias, sem comunicação e sem acesso com facilidade.
Dona Edith, seus filhos e neto.
Dona Edith então a convite de Dr. Silvio, se mudou para Taiobeiras – MG no ano de 1965, para facilitar o acesso a outras localidades, para realização de partos. Foram muitos anos nesta profissão, deslocando para várias localidades. As vezes ficando meses longe de casa, para acompanhar gestantes que moravam em fazendas e comunidades afastadas. E nem sempre as pessoas tinham condições a pagar, mas deixa o maior dos pagamentos, a gratidão.
Seu deslocamento variava, em caminhas, garupas de bicicleta, no lombo de um cavalo, e veículos automotivos, que na época era de difícil acesso. Assim Dona Edith foi trazendo várias pessoas ao mundo, e deixando seu reconhecimento a muitos na região, como relata o escrito taiobeirense, Zazau, em seu livro Taiobeiras, eu te conheço, “vou falar de uma saudosa mulher que deixou a sua marca na vida de muitos taiobeirenses. Estou falando de uma mulher maravilhosa, Dona Edith parteira... que com suas mãos ajudou a trazer para este mundo diversas vidas. ” (p.40, 2016). Dona Edith faleceu em 28 de março de 1995, deixando uma história importante na construção do município de Taiobeiras.

1 de mai. de 2018

Espaço Musical: Trabalhador.

O 1º de maio marca a luta operária no mundo. O Dia do Trabalhador Operário surgiu no final do século XIX para o inicio do século XX, diante a luta de classe entre proletariado e burguesia, por direitos trabalhistas, e contra a exploração do trabalho. E mais de um século depois, o trabalhador ainda é explorado. 

Os Operário, Tarsila do Amaral, 1933
O movimento operário surgiu diante o contexto de urbanização de grandes polos industriais na Europa, e nos Estados Unidos. Diante a exploração na relação patrão e trabalhador. Dentro um olhar marxista, a luta da classe operária via diante uma conscientização desta exploração, onde o proletariado vende sua força de trabalho para garantir um salário, mas nesta relação de produção, a burguesia, que detém os meios de produção, explora desta força de trabalho, para obter a mais valia, ou seja, o lucro.
Assim diante a consciência da classe, os movimentos de trabalhadores surgem no final do século XIX, com proposta de garantir direitos, como redução de jornada de trabalho (no qual não se existia tempo regulamentar), para oito horas de jornada/dia, garantia de um piso salarial, garantia de condições mais dignas do trabalho, entre outras situações.
O 1º de maio teve como origem, as manifestações anárquicas dos trabalhadores na cidade de Chicago nos Estados Unidos, no ano de 1886. Onde milhares de trabalhadores, se reunirão em manifestações durante o inicio de maio daquele ano, tendo como consequência atos contra os manifestantes como uma explosão de uma bomba na Praça Haynarket, e com a prisão e morte de membros do movimento anarcossidicalista, que ficou conhecido como Mártires de Chicago. Mas a data de 1º de maio foi oficializada pela primeira vez, como momento da luta trabalhista no mundo, na França em 1919, com a diminuição da jornada de trabalho para 8h dia. Logo em seguida na Rússia em 1920, e assim sendo reconhecida em outros lugares.
No Brasil, as manifestações trabalhistas começam a tomar força no ano de 1917, com a Greve Geral, partindo de movimentos operários de ideologias socialistas e anarcossidicalistas, onde parou a cidade de São Paulo, que já começava um processo de industrialização. Esta manifestação começou a ser praticada todo 1º de maio, até que em 1925, com decreto do presidente Artur Bernardes, se tornou feriado nacional, representando o dia da classe trabalhadora.
Mas foi durante o governo do presidente Getúlio Vargas, que a data e as manifestações ganharam forças, diante a aproximação do governo com as linhas sindicais. E na década de 1940, o governo Vargas junto com os sindicatos, aproveitaram da data para promover a propaganda do governo, de posição nacionalista, tendo o 1º de maio como data festiva e com proposta de aflorar o sentimento patriota.
 Foi no 1º de maio de 1943, que Getúlio Vargas decretou a Consolidação das Leis do Trabalho no Brasil. Como grande marco do governo Vargas, e dos sindicatos da época, na conquista dos direitos trabalhistas. Apesar de grandes críticas dos ideais do governo Vargas da época, a CLT se torna uma grande ferramenta para garantia dos direitos a classe trabalhadora no Brasil.
A partir do Estado Novo, o Primeiro de Maio, se tornou uma data festiva, com apresentações artísticas e de espaço de lazer, talvez perde o sentido da luta trabalhista, da crítica e da posição ideológica. Momento de reflexão dos problemas a classe trabalhadora, e mesmo com conquistas como a CLT, uma compreensão crítica dos problemas da não garantia de direitos aos trabalhadores brasileiros.
Seu Jorge

Na canção de Seu Jorge, Trabalhador, do álbum América Brasil lançado em 2007, fica um olhar da realidade do trabalho no Brasil. Com uma reflexão crítica social dos problemas a classe trabalhadora, mas também como uma valorização de quem sustenta o sistema de produção no país. 



Confira abaixo a Canção:
Trabalhador
Compositor: Seu Jorge

Está na luta, no corre-corre, no dia-a-dia
Marmita é fria mas se precisa ir trabalhar
Essa rotina em toda firma começa às sete da manhã
Patrão reclama e manda embora quem atrasar

Trabalhador
Trabalhador brasileiro
Dentista, frentista, polícia, bombeiro
Trabalhador brasileiro
Tem gari por aí que é formado engenheiro
Trabalhador brasileiro
Trabalhador

E sem dinheiro vai dar um jeito
Vai pro serviço
É compromisso, vai ter problema se ele faltar
Salário é pouco, não dá pra nada
Desempregado também não dá
E desse jeito a vida segue sem melhorar

Trabalhador
Trabalhador brasileiro
Garçom, garçonete, jurista, pedreiro
Trabalhador brasileiro
Trabalha igual burro e não ganha dinheiro
Trabalhador brasileiro
Trabalhador

Destaque