No dia 25 de dezembro, enquanto em vários lugares do mundo os cristãos celebram o Natal, nos Gerais mineiro, e em vários lugares do Brasil, iniciam as Folias de Reis, representando a busca ao “Rei dos Judeus”, Jesus Cristo, encerrando no dia 06 de janeiro, Dia dos Três Reis Magos, Baltazar, Belchior e Gaspar. E em Taiobeiras, referenciar a Folia de Reis é mencionar o mestre Juca Grosso e seu Terno que faz parte da cultura do município.
Juca Grosso (1908/1989) |
As tradições do Natal vêm se homogeneizando ao longo das
últimas décadas, principalmente diante a influência das mídias (televisão e
internet), trazendo uma padronização dos rituais e simbolismos para esta data emblemática
do catolicismo. Mas algumas tradições locais/regionais, ainda resistem diante
estas influências globais, uma delas são as Folias de Reis.
O Natal que ficou datado apenas em 335, pelo Papa Júlio
I, no dia 25 de dezembro, começou a ganhar características e simbolismos ao
longo do tempo. Como o presépio, um arranjo de imagens simbolizando o
nascimento de Cristo, tendo além da figura do “Menino Jesus”, a imagem de seus
pais, Maria e José, dos animais presentes no estábulo, no qual Cristo nasceu, e
os Três Reis Magos, que foram ao encontro daquele que a Estrela de Belém,
indicava ser o Rei dos Judeus.
E com esta simbolização deste ícone natalino, o presépio
se tornou uma influência de uma grande festividade, iniciada na Europa, não
tendo uma informação concreta de quando, e que chegou ao Brasil, e foi
difundida e adaptada em várias regiões, como o Norte de Minas Gerais. Estamos
falando da Folia de Reis, um festa de origem religiosa, mas que transcende para
além do cristianismo, comemorado entre o dia 25 de dezembro, quando é
simbolizado o nascimento de Cristo, ao dia 06 de janeiro, dia no qual os Três
Reis Magos chegaram ao encontro com o Menino Jesus, sendo também o dia de desmontar
os presépios.
Em Taiobeiras – MG, as Folias de Reis tiveram sua força e
tradição durante o século XX, período no qual o município começava a
desenvolver, deixando de ser um pequeno povoado, e se emancipando. E a
festividade é sem duvida uma forte tradição na formação da identidade e da
cultura taiobeirenses, mesmo nas últimas décadas havendo uma decadência da
continuidade dos Ternos e/ou Folias, assim conhecidos os grupos de reiseiros
quem vão de casa em casa, visitando os presépios para ir ao encontro do Menino
Jesus, assim como os Reis Magos.
Falar de Folias de Reis em Taiobeiras é falar de Juca
Grosso e sua família que juntos formavam um dos ternos mais famosos da região,
que levava seu nome. Claro que temos que sempre nos lembrarmos de outros tão
importantes quanto, como a Folia de Zé de Vina, Chiquinho Cocá e Zé Cocá, entre
ouras, inclusive destacando os grupos que formaram no final do século XX e
ainda preservam esta tradição.
O Senhor José Diniz de Amorim, conhecido simplesmente por
Juca Grosso, nasceu em 08 de outubro de 1908, que recebeu os ensinamentos de
seu pai, José Clemente de Amorim, conhecido por José Grosso. Formou assim uma
das folias mais tradicionais da região de Taiobeiras. Visitando os presépios de
cada casa, entre o primeiro dia do ano, ao dia 06 de janeiro, para festeja o
nascimento de Cristo, lembrando que naquela época as tradições do Natal eram
outras.
Assim Juca Grosso se tornou o grande reiseiro da região,
levando alegria e muita festa com sua Folia, fazendo parte da memória e da
identidade da população de Taiobeiras. Mesmo após seu falecimento em 12 de junho
de 1989, e da perca da força das Folias de Reis, a partir também de outras
tradições inseridas nas festividades natalinas, o pertencimento, e a formação
da cultura local que a Folia de Reis, e Juca Grosso e todos os reiseiros
deixaram, sempre estarão na identidade de Taiobeiras.