25 de fev. de 2013

“Águas para Vida não para a Morte!”


Foto: Folha Regional - Área de tratamento de água da COPASA
  Quero deixar aqui uma realidade através da música Sobradinho da banda Biquine Cavadão, que traz uma crítica forte às mudanças feitas do ser humano com a natureza que vem destruindo o meio ambiente. Aqui em Taiobeiras vivemos muito forte o que relata essa música, como a destruição do rio Santana e Ribeirão, afluente do rio Pardo, com a drenagem do rio que transformaram o rio em arroios de enxurrada em períodos de chuva, quando tem água por ali.
Foto: Folha Regional - Barragem de Berizal
E a Barragem de Berizal que vem sendo um crime ambiental e social disfarçado de solução para a seca, sendo um projeto sem projetos claros a população e principalmente aos moradores da região onde pelo projeto será atingida pela barragem, onde se encontra em sua maioria pequenos produtores que vivenciam o que trata a letra dessa canção que muita gente canta sem perceber a realidade que se trata nela.
Outro ponto é a transposição do rio São Francisco, que vem sendo defendido por muitos como a solução da seca, mais uma jogada de interesses econômicos do que a solução da seca e miséria na região nordeste, inclusive esse projeto pode ser criador de mais miséria ainda, como exemplos de rios que fizeram transposição como o rio Colorado entre Estados Unidos e México que veio a secar e perder seu valor produtivo com a diminuição de peixes e dentro da produção agrícola também.
Foto: MAB - Atividade com Trabalhadores Rurais de Idaiabira
Quero aqui deixar minha admiração ao Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB, que luta pela água nossa, questionando “água para que, e para quem” em seu lema, levando à população a conscientização de sustentabilidade, e como vem sendo o processo de privatização da água, e má utilização dela em uma região que a escassez de chuva castiga a todos nós.

Sobradinho
(Biquine Cavadão)

O homem chega e já desfaz a natureza
Tira a gente põe represa, diz que tudo vai mudar
O São Francisco lá prá cima da Bahia
Diz que dia menos dia vai subir bem devagar
E passo a passo vai cumprindo a profecia
Do beato que dizia que o sertão ia alagar

O sertão vai virar mar
Dá no coração
O medo que algum dia
O mar também vire sertão
Vai virar mar
Dá no coração
O medo que algum dia
O mar também vire sertão
Na na na na na
Na na na na na

Adeus remanso, casa nova, sento-sé
Adeus pilão arcado vem o rio te engolir
Debaixo d'água lá se vai a vida inteira
Por cima da cachoeira o gaiola vai subir
Vai ter barragem no salto do sobradinho
E o povo vai se embora com medo de se afogar.



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